Familiares do ajudante de motorista Jordi Palhano, 19 anos, estão amedrontados pelos atos de violência protagonizados pelo homem que se diz ex-namorado da princesa da Festa da Uva Henriette Vaccari, encontrada morta há uma semana, em Caxias.
Em pleno Centro e diante de várias pessoas, Marcus Vinicius de Oliveira, o Pezão, 28 anos, se armou de um pedaço de madeira e bateu duas vezes no rosto de Palhano. Ele foi preso e indiciado por tentativa de homicídio. O ataque no final da manhã de sábado é tido como incompreensível não apenas pela fúria, mas também porque o rapaz agredido sequer conhecia Pezão.
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Um familiar de Jordi testemunhou o crime e confirma a versão divulgada pela polícia. Segundo esse jovem, o ajudante de motorista apenas acompanhava um amigo que pretendia trocar um CD defeituoso, adquirido havia alguns dias de um vendedor ambulante.
O vendedor teria aceitado substituir o produto, mas chamou Pezão, que estava por perto. Segundo frequentadores do Centro, o ex-namorado da princesa atuava como espécie de segurança de alguns ambulantes e também ganhava dinheiro comercializando produtos pela rua. Antes de conhecer Henriette, porém, Pezão disse que trabalhava como lenhador em uma propriedade rural no interior da localidade do Apanhador, em São Francisco de Paula.
- Ele (Jordi) estava trabalhando comigo no momento da agressão. Fomos até o Centro e o amigo dele (Jordi) aproveitou para ir trocar o CD. O vendedor disse: vão ficar aí? Disseram que sim. Naquilo o cara saiu e chamou o Pezão, que por sua vez veio e deu duas pauladas pelas costas no Jordi, que estava mais perto. Um paulada pegou no lado e outra no rosto. Não houve discussão antes - garante a testemunha.
O rapaz agredido carregava caixas e não teve como se defender ou fugir. A testemunha percebeu Pezão se aproximar, mas imaginavam que se tratava de uma fuga por conta de uma ação de fiscais da prefeitura. Naquele momento, muitos ambulantes deixaram seus pontos correndo para evitar um flagrante por comércio ilegal de produtos piratas ou sem registro.
- Eu vi quando ele estava vindo mas não fiz nada porque os ambulante correram dos fiscais. Eu achei também que ele (Pezão) também estava correndo - descreve.
Jordi teve lesões nos lábios, nariz e no lado da cabeça.
- Fomos ameaçados, estamos com medo - desabafa a testemunha.
Além dessa tentativa de homicídio, Pezão tem passagens na polícia por tráfico de drogas, ameaça, posse de entorpecentes e roubo. Ele também respondia em liberdade a um processo por assassinato: matou Adalíbio Martins Velho, 56, a pauladas, em um bar próximo à rodoviária, em abril de 2011.
A Polícia Civil não tem nenhum elemento que relacione a morte de Henriette Vaccari a Pezão pois as causas ainda não estão esclarecidas.