No início da noite de ontem, Andréia Cristina Rosa Rodrigues, 36 anos, passou por um susto que nenhuma mãe gostaria de passar: seu filho, Eduardo, de dois anos e sete meses, foi baleado na perna esquerda. Os tiros foram disparados por dois indivíduos que estavam em uma motocicleta e, segundo Andréia, eram destinados ao irmão de 34 anos, que cumpre prisão em regime semiaberto. Este é o segundo caso em menos de um mês que vítimas inocentes recebem tiros que não são destinados a elas. No dia 28 de setembro, uma professora foi baleada durante um tiroteio no bairro Fátima Baixo.
- Eu estava tomando banho quando bateram na porta dizendo que o Eduardo havia levado um tiro. Sai nua do chuveiro, completamente desesperada, pois naquela hora achei que meu filho tinha morrido - conta Andréia.
O pai do menino, César Augusto Soares, 31 anos, consertava o telhado da casa da sogra e viu toda a ação dos criminosos. Relata que a motocicleta estava em alta velocidade e freou bruscamente em frente da residência. Em seguida, ouviu oito disparos.
- Minha sogra e cunhada começaram a gritar. Diziam que tinham acertado o Eduardo. Nem sei como desci do telhado. Fiquei apavorado. Fiquei mais calmo quando vi o neném no colo dele, e que o tiro tinha atingido a perna.
Andréia comenta que a avó do menino o levou para o Postão 24 horas. Ressalta que o irmão é muito apegado ao sobrinho e que, se pudesse, daria a vida em troca da criança:
- Ele está se culpando pelo que aconteceu, pois os tiros eram para ele. Mas Deus é bom e justo e graças a ele, não foi nada mais grave. Achei que meu filho não ia resistir e morrer.
Como o tiro atravessou a perna esquerda do menino, na tarde desta quarta-feira ele passou por uma cirurgia devido à fratura do fêmur. Ele está em observação e ainda hoje será transferido para a pediatria do Hospital Geral.
De acordo com o delegado Rodrigo Kegler Duarte, da Delegacia de Homicídios de Caxias do Sul, a ocorrência será investigada. Até sexta-feira, a polícia vai ouvir o tio da criança, pessoa visada na tentativa de homicídio.
Susto
"Achei que meu filho não ia resistir e morrer", diz mãe de criança baleada em Caxias
Bala que tinha outro destino atinge menino de dois anos e sete meses na perna esquerda
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