SIM é apontado como solução para transporte público em Caxias do Sul

É no sistema viário que a prefeitura e a Viação Santa Tereza (Visate) depositam a culpa pelos problemas de pelo menos três das 82 linhas do transporte público urbano da cidade mostrados pelo Pioneiro. Produzida a partir de uma blitz do jornal nos dias 8, 9 e 12 deste mês nas linhas 29 (bairros Adorado/Jardim Iracema/Santo Antônio/Jardim Colina), 67 (São Caetano/Arcobaleno) e 53 (Centenário/Parque Oásis), a reportagem mostrou passageiros insatisfeitos com o serviço, reclamando principalmente de atrasos, lotação e falta de ônibus.

Para melhorar o atendimento, o secretário municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, Manoel Marrachinho, aposta na implantação do Sistema Integrado de Mobilidade, o SIM Caxias.

- O transporte público é bom, mas precisa se tornar mais confiável. Por isso estamos implantando o SIM, que dará preferência à circulação dos coletivos, reduzindo os impactos causados pela transposição da área central nos horários de maior movimento e acelerar a velocidade média com que a frota trafega nestes horários - afirma.

Apesar de o SIM ser apontado somo solução, o início do funcionamento desse sistema ainda não tem data certa e vai demorar. O começo de obras importantes para sua implantação, como a pavimentação com concreto rígido nos corredores de ônibus nas ruas Sinimbu e Pinheiro Machado, não foram feitas. O secretário afirma que os processos licitatórios, previstos para janeiro, ainda estão em andamento. A estimativa é de que as obras comecem em 90 dias. A conclusão está prevista para cinco meses depois. Durante este período, testes no corredor duplo, que o Executivo chegou a cogitar para ocorrerem ainda no verão, serão realizados: 

- Para executarmos essa obra, vamos ter que fazer alterações no trânsito da Sinimbu. Assim, vamos aproveitar para fazer os testes.

Apostas para que menos ônibus circulem na área central, as Estações Principais de Transbordo (EPI's) estão sendo construídas.

A do bairro Floresta, a prefeitura pretende entregar dentro de 45 dias. Já a Imigrante, a previsão é de que seja concluída em outubro. Elas devem promover a chamada troncalização do eixo Leste-Oeste da cidade, dando conta de até 25% do volume do transporte coletivo urbano local, respondendo por mais de um milhão de usuários por mês. Na sequência, serão levadas adiante as obras das estações do São Ciro e da Zona Norte, cujas inaugurações estão previstas para ocorrerem em 2016.

O discurso de Sérgio Tadeu Pereira, diretor-presidente e sócio-proprietário da Visate, está afinado ao do secretário de Trânsito, Manoel Marrachinho. Para Pereira, ampliar o número de linhas em horário de pico não é a solução. A mobilidade ineficiente das metrópoles é a justificativa para os atrasos e lotação dos ônibus . Realidade que, segundo ele, não é exclusiva de Caxias.

- Por muito tempo os municípios não investiram em mobilidade. Em contrapartida, a produção de veículos foi incentivada. Cerca de 90% das rodovias que se tem hoje são as mesmas de anos atrás e o número de carros aumentou três, quatro vezes. Um passageiro que levava 30 minutos para chegar em casa leva mais de uma hora. Se já não anda, colocando mais linhas vai ficar pior. É preciso arrumar uma forma do ônibus ganhar velocidade - avalia.


 

Por meio de nota, a Visate acrescentou:

"Por mais impactante que seja, a reportagem mostrou que em Caxias do Sul ainda temos uma condição muito boa de transporte público. A lotação máxima dos ônibus, apresentada no acompanhamento dos repórteres, em nenhuma vez chegou ao número limite permitido em lei (cinco pessoas por metro quadrado, o que corresponde a 39 pessoas sentadas e 46 em pé em ônibus convencionais e 51 pessoas sentadas e 67 em pé em um ônibus articulado). Outro ponto avaliado foi em relação à pontualidade no cumprimento dos horários, cuja aferição do repórter não conseguiu medir tempo superior a oito minutos de atraso no destino final, uma vez que os ônibus partiram de seu ponto inicial rigorosamente no horário proposto pela grade de horários."