A comunidade de Farroupilha continua aguardando um desfecho quanto à administração do Hospital Beneficente São Carlos. A expectativa era de que o hospital, que acumula dívidas de R$ 10 milhões, passasse a ser gerido pelo Estado.
As tratativas eram feitas entre a prefeitura e a direção da entidade. Márcio Rissi, presidente do conselho da instituição, afirma que a direção avalia uma alteração na proposta inicial da administração municipal.
Segundo ele, inicialmente, a proposta era a de transferência do hospital para a prefeitura, sob gestão da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, que administra outros quatro hospitais no Estado. Há cerca de três semanas, a oferta mudou: o hospital continuaria privado, mas a gestão seria pública e o atendimento passaria a ser 100% gratuito.
A direção do hospital tem visitado outras insituições com modelos parecidos, como o Hospital de Montenegro. Rissi não garante o acerto.
- A proposta foi baseada na Resolução 122 da Secretaria da Saúde do Estado. Tem coisas boas, procedimentos bons, mas algumas coisas não se adaptam. Por exemplo, 57% da população de Farroupilha tem plano de saúde. O que vamos fazer com essa parcela da comunidade? Além disso, os médicos já advertiram que não querem o atendimento 100% pelo SUS. Não descartamos a possibilidade do hospital continuar totalmente privado - afirma.
Enquanto a direção estuda o modelo, os médicos que atuam na UTI e os de regime de sobreaviso - contratados por meio de empresas para especialidades de traumatologia, clínica, pediatria, neurologia e vascular - estão desde agosto sem receber salários.
Eles atenderão até o dia 20 de fevereiro. Rissi, porém, acredita que antes disso o hospital deve tomar uma decisão sobre o futuro da gestão. Diariamente, a instituição atende entre 150 a 280 pessoas no Pronto Atendimento. No mês de dezembro, durante aproximadamente 20 dias, as cirurgias eletivas foram interrompidas.