A Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul abriu mão dos sete profissionais disponibilizados pelo governo federal na segunda fase do programa Mais Médicos. Diante dos problemas crônicos com falta de médicos em unidades básicas de saúde (UBSs) e no Pronto-Atendimento 24 horas, a decisão parece absurda. A secretária municipal de Saúde, Dilma Tessari, afirma, no entanto, que há motivos fortes para a recusa.
De acordo com ela, as vagas abertas no programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) em junho e julho, quando diversos contratos emergenciais expiraram e não havia possibilidade de renovação - o motivo principal de Caxias ter se inscrito no Mais Médicos - já foram preenchidas.
- O grande problema é esse: não existe a possibilidade legal dos profissionais do Mais Médicos serem aproveitados fora das equipes de saúde da família. O desenho do programa é para compor unidades de atenção básica. O envio de médicos para cá não foi oficializado antes, não sabíamos que eles iam chegar. E eu não poderia esperar de julho até agora para contratar mais pessoal. Quando vi que passaram duas levas do programa e não chegou ninguém, não havia nenhum inscrito, tratei de colocar novos médicos - esclarece Dilma.
A assessoria do Ministério da Saúde explica que quando cidades rejeitam os profissionais do programa, como é o caso de Caxias do Sul, os médicos são realocados para outros municípios. Nesta semana, os selecionados do Mais Médicos que desembarcaram no Rio Grande do Sul deverão ficar em Porto Alegre, sendo enviados em seguida para os lugares onde vão atuar.
O Ministério da Saúde também ratificou a obrigatoriedade de os profissionais do programa apenas atuarem em equipes da ESF.
Confira no Pioneiro desta quarta-feira uma entrevista com a secretária da Saúde sobre a recusa ao Mais Médicos.