A ausência de identidade e informações nos monumentos de Caxias do Sul é cada dia mais evidente no Centro e bairros próximos. O Pioneiro encontrou 12 obras sem referências para guiar o público.
Boa parte delas não traz informação alguma devido ao furto sistemático de placas de bronze. Os ataques incluem também as novas chapas de plásticos que estão sendo usadas para substituir o material levado pelos ladrões.
A explicação usual é de que drogados, em sua maioria, arrancam as chapas do metal nobre para vender a receptadores. Mas o problema é mais complexo. Nem sempre a reposição do material histórico acompanha o ritmo dos furtos. Quando isso ocorre, é necessário contar com a sorte para que a restauração perdure.
Dos 11 monumentos da Praça Dante Alighieri, por exemplo, quatro não disponibilizam informações por conta do vandalismo. Sobraram apenas os blocos de concreto e pedra encravados em canteiros distintos. Quem passa por eles certamente se pergunta qual o significado das peças sem rosto ou nome.
Theodosio Fernandes:
Um dos pontos é emblemático: o marco de Abramo Pezzi, italiano que abriu a primeira escola de Caxias do Sul há mais de 100 anos. A placa original sumiu provavelmente no final da década passada. Em novembro de 2012, descendentes de Pezzi e o Departamento de Memória e Patrimônio Cultural reinauguram o monumento com uma chapa mais simples. Há duas semanas, vândalos arrancaram o material. A homenagem ao desbravador da educação, portanto, segue ocultada.
Abramo Pezzi:
Diretora do Departamento, Liliana Henrichs reconhece que é necessário novo levantamento. No ano passado, os historiadores instalaram novas placas em 19 monumentos. O serviço exigiu pesquisa uma vez que algumas das informações constavam apenas nas chapas originais.
-O que se aconselha é repor as placas com material contemporâneo e não refazer as peças, lembrando de informar que houve a reposição. Quem ler vai entender que havia uma placa original- diz Liliana.
Luiz Napolitano:
Monumento ao Viticultor:
Monumento aos Pracinhas:
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História roubada
Furtos e vandalismo ocultam o significado de diversos monumentos da área central de Caxias do Sul
Obras sem placas de identificação dificultam entendimento do público
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