Condutores ignoram a demarcação dos espaços no estacionamento rotativo e largam carros e caminhonetes em pontos onde caberiam dois veículos. É o que constatou o Pioneiro pelas ruas centrais de Caxias do Sul.
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Tal desrespeito produz resultados desagradáveis: menos vagas no Centro e dificuldade em dobro para quem chega depois e precisa estacionar. O teste foi realizado no quadrilátero entre as ruas Os 18 do Forte, Marquês do Herval, Sinimbu e Borges de Medeiros.
A área no entorno do antigo prédio da Eberle tem 69 pontos de estacionamento para carros e 16 para motos, incluindo reservas para idosos, carga e descarga e transporte de valores.
No intervalo de uma hora na manhã de terça-feira, 14 carros e caminhonetes foram flagrados parados sobre as faixas limitadoras, o que impedia o estacionamento correto por parte de outros motoristas.
Quem tentava encaixar o carro no espaço remanescente se via diante de outros agravantes: o trânsito pesado e demonstrações da impaciência por parte de quem aguardava as manobras logo atrás.
O desrespeito à marcação das faixas não é uma infração de trânsito. Mas quem não segue uma simples determinação como a delimitação de um estacionamento público parece incapaz de se colocar no lugar do outro motorista.
Em uma cidade com frota de 270 mil veículos, a disputa por cada uma das 2.692 vagas na área dos parquímetros é acirrada. Quando alguém ocupa duas vagas no lugar de uma, a tendência é privilegiar tão somente próprio conforto em prejuízo da coletividade. Atender a esse detalhe, portanto, é uma questão de cidadania.
O caso da administradora Vera Castilhos, 41 anos, exemplifica a situação. Na manhã de ontem, ela seguiu ao Centro para levar a filha Flávia, de 7 anos, em uma sessão de fisioterapia. Encontrou lugar para sua minivan Scénic na Marquês do Herval quase na esquina com a Os 18 do Forte.
Um motorista antes dela, porém, estacionou fora das faixas porque havia uma caçamba de detritos ocupando meia vaga. O efeito foi cascata: os quatros veículos que cabiam na esquina ficaram fora do padrão, incluindo o de Vera.
- Estou sempre pelo Centro e se outro estacionou errado acabo tendo que fazer o mesmo. Também encontro todos os dias duas vagas ocupadas por um carro. É ainda pior porque demora mais para se estacionar e o trânsito atrás é grande - diz Vera.
