Pioneiro acompanha trabalho de equipe do Samu Serra, em Caxias do Sul, durante oito horas

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) completa em agosto nove anos de atividades em Caxias do Sul. Recebendo um média mensal de 12 mil ligações, o serviço integra uma cadeia que é responsável por levar, até o local solicitado, o atendimento hospitalar de urgência (aquele em que o socorro deve ser imediato para evitar a morte ou o agravamento do estado de saúde) e e preparar a recepção hospitalar adequada.

Para conhecer um pouco do trabalho da equipe caxiense, formada por aproximadamente 100 profissionais e que também gerencia e encaminha socorro a ocorrências no município de Vacaria, o Pioneiro acompanhou os atendimentos durante oito horas no último dia 23 de agosto.

>> Veja no vídeo três atendimentos realizados pela equipe do Samu na data



O dia chuvoso e muito frio colaborou para que o número de ligações ao serviço despencasse naquela sexta-feira. Entre as 13h30min e as 20h30min, apenas 20 ligações foram encaminhadas aos médicos reguladores, que recomendaram a saída das ambulâncias em 11 oportunidades. Em um dia normal, o número de regulações chegaria facilmente a 70.

O primeiro chamado que a reportagem do Pioneiro acompanhou na sexta chegou às 14h40min: uma pessoa estava caída próximo da estação rodoviária, com um ferimento no rosto, sangrando e desorientada. A médica reguladora que atendeu a ligação determinou, às 14h44min, que uma unidade de suporte básico (USB) fosse até lá.  Chegamos ao local em cinco minutos. O homem estava confuso, não lembrava o que havia ocorrido, tinha um corte profundo na testa e uma lesão no nariz. Foi examinado e recebeu uma bandagem para conter o sangramento. Como não se tratava de um caso grave, foi levado ao pronto-atendimento 24 horas, para ter o corte suturado e passar por exames de Raio-x. 

- Esse encaminhamento que o Samu faz é essencial e importantíssimo. Antes de surgir o serviço, as pessoas, por desconhecimento, nem sempre levavam o paciente para o lugar mais adequado. Esse caso do homem ferido, por exemplo: não há necessidade de levá-lo ao Hospital Pompéia, que recebe casos mais graves e que hoje já está lotado. O atendimento no caso dele pode ser feito no pronto-atendimento. Assim, ajudamos a desafogar a rede e organizar o atendimento de saúde em toda a cidade - explica a enfermeira Cíntia Demeneghi, coordenadora de enfermagem do Samu Serra.

Às 16h19min, se inciava o segundo chamado acompanhado pelo Pioneiro: uma pessoa liga informando uma ocorrência envolvendo arma de fogo na área central da cidade. A atendente coleta nome, endereço e imediatamente repassa ao médico regulador. Uma pessoa ferida por um disparo aguarda socorro e a USA sai em disparada. É um código 1. Um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e o condutor seguem com as luzes e a sirene ligados por entre as ruas congestionadas do centro. Sete minutos e sete segundos depois de recebido o pedido de socorro, a unidade estaciona em frente ao endereço da vítima, no Centro. Caixas com medicamentos, soro, desfibrilador e macas são transportados com pressa. No total, a equipe permanece no local 14 minutos. Na sequência, o paciente, ferido na cabeça por um disparo de revólver 38, é levado em estado grave ao pronto-socorro do Hospital Pompéia, que já havia sido informado e está à sua espera. 

O terceiro chamado acompanhado pelo Pioneiro prestou socorro a um motociclista, que havia se envolvido em uma colisão na Rota do Sol. Chovia forte e estava escuro. A equipe do socorro localizou o motociclista às 19h, 11 minutos após receber o pedido de socorro. Com a proteção de capas, o técnico de enfermagem e o condutor fizeram o primeiro atendimento dentro de um carro onde estava a vítima e o recolheram para dentro da ambulância. Após examiná-la, o técnico de enfermagem Geder Weber passa um boletim à central e conversa com o médico. Sem fraturas aparentes nem cortes mas reclamando de dor na perna, o paciente foi levado ao pronto-atendimento 24 horas para fazer um Raio-x.