Os técnicos do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) vão analisar as centenas de pinheiros depositadas no entorno da represa do Marrecas, em Caxias do Sul.
A suspeita é que boa parte da madeira está podre. O estudo foi solicitado pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e deve ser concluído em 10 dias.
As toras suprimidas para a construção da represa em Vila Seca estão à venda desde o início do ano.
As empresas que participaram da última concorrência afirmam que entre 60% e 70% das árvores não podem mais ser aproveitados. Por esse motivo, foram ofertados preços de 30% a 40% menores do que o Samae estabeleceu. A autarquia revogou o edital na semana passada.
O valor das toras já havia sido reduzido por falta de interessados em outras licitações. O último preço exigido pelos 10 lotes de pinheiros era de aproximadamente R$ 288 mil (ou R$ 90 ao m³), segundo o diretor-presidente do Samae, Edio Elói Frizzo.
A quantia estocada corresponde a 6,5 mil araucárias derrubadas para a abertura do lago do marrecas. Frizzo diz que a madeira apodrecida estaria nos lotes que permaneceram embargados pela Justiça por conta de ação que contestou as licenças de desmatamento no entorno da lagoa.
O corte foi suspenso em duas ocasiões: março de 2011 e maio de 2012. A estimativa é de que metade da madeira já está estragada.
- Desde que assumi estou tentando tocar essa madeira para frente. A avaliação do Defap vai me ajudar a decidir se vendo os lotes pela maior oferta ou não - explica Frizzo.
O destino da madeira é questionado pela oposição. A Câmara de Vereadores negou requerimento da bancada do PT que pedia explicações do Samae sobre a construção do sistema Marrecas, o que incluía a conservação das toras.
Árvores cortadas
Estudo vai determinar se toras depositadas na represa do Marrecas, em Caxias do Sul, estão podres
Empresas que participaram da última concorrência afirmam que boa parte da madeira não pode ser aproveitada
Adriano Duarte
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