Café passado, pastel de carne, brownie e torta de morango com chocolate não podem faltar na Cafeteria Sabor de Lar. É nesse cantinho, instalado no segundo andar do Hospital Pompéia, que funcionários, médicos de plantão, cuidadores de pacientes ou visitantes relaxam por um instante, batem um papo e repõem energias.
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para os 100 anos do Hospital Pompéia
Negócio que passou de pai para filho, a cafeteria está prestar a completar 32 anos no Pompéia. Tudo começou em setembro de 1981, quando Maurílio Bortolotto, até então dono de uma distribuidora de vinhos, aventurou-se em novo ramo.
- O meu pai soube que a administração precisava de uma cafeteria, e então foi convidado para montar o negócio. Ele veio sem ter conhecimento nenhum. No início, nos instalamos em um espaço provisório no primeiro andar, mas ficamos lá por 12 anos. Toda a família ajudava. A gente vendia pastel, bolo e doces que a minha mãe mesmo fazia - recorda Elisabeth Bortolotto Rizzo, 49, que hoje administra o espaço junto com o marido, Volcimar Rizzo, 49.
Nos primeiros anos, conta Elisabeth, a cafeteria funcionava quase como um armazém de secos e molhados.
- A gente sempre tinha alguma coisa a mais para oferecer: um sabonete, um absorvente, uma revista... A gente conquistou muitos amigos aqui. Seguido recebemos convites para festas de formatura, de casamento. Os residentes, principalmente, se tornam nossos parceiros. Até os pais deles aparecem por aqui quando vêm visitá-los - diz ela.
Com tantos clientes fiéis, não é novidade que a cafeteria já atendeu muita gente com conta anotada no caderninho. Hoje, mais moderna, tem serviço automatizado e está nas redes sociais. Apesar da atualização, a essência do lugar permanece a mesma de 32 anos atrás, garante Elisabeth:
- Cuidar do cuidador é uma tarefa especial, os profissionais da saúde precisam de uma atenção diferenciada. Sempre digo que o nosso objetivo é proporcionar o descanso dos guerreiros.
No final de 2011, seu Maurílio Bortolotto, 74, se aposentou e deixou o balcão do café para a filha e o genro. Mas ele não esquece os amigos e as batalhas que testemunhou em mais de 30 anos:
- Graças a Deus me dei bem no que fiz. No início, era difícil, a gente trabalhava em uma espacinho bem apertado e não dava para oferecer muita coisa. Quando os camilianos (Sociedade Beneficente São Camilo) assumiram a administração do hospital, as coisas foram mudando para melhor e passamos a atender na sala onde é até hoje. Nesses 30 anos, tem uma pessoa que eu não esqueço nunca: o Francisco Ferrer (atual administrador). Lembro que teve uma época em que ele pensou em ir embora, as coisas não estavam muito fáceis. Aí, eu disse: "Francisco, não sai do Pompéia porque teu futuro está aqui". Sempre vi nele uma pessoa de caráter, que era muito dedicada. Não sei o que eu disse ajudou muita coisa, mas ele acabou ficando. Uma sorte, porque hoje o hospital está bem e cresceu muito - conta Bortolotto.
E o segredo para uma cafeteria durar tanto tempo em um só lugar? O aposentado garante que não há mistério:
- Eu sempre fui muito brincalhão, sorridente. As pessoas gostam de um ambiente descontraído, alegre. É importante também variar o que se serve e atender rápido. Todo mundo naquele hospital vive correndo. Tinha vezes que o médico plantonista recém tinha começado a beliscar a comida e já tinha de sair para atender um paciente. Mas isso faz parte, né? E é acompanhando a correria diária do hospital, de gente que chega e parte, dia após dia, que a cafeteria abre as portas sempre às 7h, com o famoso café passado e seu pastel de carne quentinho.
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