A Defesa Civil confirmou que 28 famílias ficaram desabrigadas pelo incêndio de grandes proporções na Vila do Sapo do bairro Serrano, em Caxias do Sul. A tragédia provocou a morte de duas crianças e um adolescente entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta-feira.
Pelo menos 22 moradias ficaram destruídas. Do total de desabrigados, 20 famílias perderam tudo, quatro tiveram prejuízos parciais e outras três ainda não comunicaram quais os danos sofridos.
Quem se cadastrou na Fundação de Assistência Social (FAS) receberá auxílio-moradia. As doações de roupas, móveis e mantimentos estão chegando em grande quantidade nos pontos de arrecadação. Contudo, as equipes reforçam que as crianças necessitam de material escolar para recomeçar as aulas na segunda-feira.
Na manhã deste sábado, alguns moradores e curiosos voltaram ao ponto atingido pelas chamas na Vila Sapo. Não está definida a data de remoção dos escombros. Os irmãos mortos no incêndio foram sepultados em Farroupilha.
A história da Vila Sapo:
- Pouco conhecida da maioria dos caxienses, a Vila Sapo do bairro Serrano foi erguida sobre um banhado em meados dos anos 1980. Na época, o Serrano já estava se consolidando como loteamento irregular. Ganhou esse nome porque a área tinha muitos sapos.
- Boa parte das famílias que ocuparam a área verde veio de outras cidade e de fora do Estado. No início dos anos 1990, a prefeitura promoveu a primeira desocupação da vila. Os moradores foram transferidos para o bairro Reolon. Entretanto, o espaço voltou a ser invadido por outra leva pouco tempo depois.
- Por ficar em uma baixada, a vila constantemente sofre com alagamentos. No ano passado, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) formalizou a aquisição da área para a construção de um futuro tanque de contenção de água.
- Hoje, a vila é formada por casas em bom estado e alguns casebres. As ruas estreitas e sem calçamento não permitem a passagem de caminhões ou ônibus, por exemplo. Algumas moradias possuem ligações irregulares de energia elétrica (gatos). O plano mais recente da prefeitura era transferir as famílias para loteamentos populares.
- De acordo com o diretor-geral da Secretaria da Habitação, Giovani Fontana, a ideia não saiu do papel porque a transferência requer negociações e estudos mais abrangentes. Ele justifica que alguns moradores estão na Vila Sapo há poucos meses e, se recebessem moradias novas, estariam sendo beneficiados antes de outras famílias que aguardam há anos na fila da casa própria.
Tragédia
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