O inverno começou há menos de um mês e não há mais doses de vacina contra a gripe em Caxias do Sul. As últimas foram distribuídas no sábado, quando 15 mil foram imunizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Milhares se aglomeraram em longas filas nas UBSs para garantir uma dose. Houve até quem passou a noite em frente ao posto.
Até agora, 65.076 pessoas foram imunizadas pela rede pública. Clínicas e hospitais particulares também ofertaram a vacina, mas também esperam por mais doses. Na campanha que ocorreu entre 5 de maio e 13 de junho, 50.076 pessoas dos grupos de risco (trabalhadores da saúde, gestantes, crianças de seis meses a dois anos e pessoas a partir dos 60 anos) receberam a vacina. Caxias tem, conforme o Censo do IBGE de 2010, 435.564 habitantes. Destes, 370.488 não foram imunizados pela rede pública até agora, o que representa 85% da população.
De acordo com a secretária da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, não há previsão de novas doses. Ela afirma que o Ministério da Saúde deve reavaliar a situação no Estado. Uma hipótese considerada, segundo ela, é remanejar vacinas excedentes das regiões Norte e Nordeste do país.
- Era óbvio que faltariam doses, mas estamos cobrando do Ministério da Saúde. O importante agora é se prevenir, mas não é preciso entrar em pânico. Estamos nos esforçando para que ano que vem tenhamos uma cota maior e que o calendário de vacinas inicie em março - afirma.
PREVENÇÃO
* A Gripe A é uma doença respiratória aguda altamente contagiosa, que leva a um quadro de infecção respiratória. Como o vírus é recente, muitas pessoas não apresentam imunidade. O quadro, na maioria das vezes, é muito semelhante à gripe comum.
* O risco de disseminação do vírus aumenta com o frio. O inverno oferece risco maior em função da umidade e das aglomerações.
* Cerca de dois terços da população não realizaram a vacina. Elas podem ser infectadas e evoluir para casos mais graves. Mesmo assim, os médicos não esperam um surto.
* Pessoas asmáticas ou com doença respiratória crônica são mais suscetíveis, mesmo que a doença esteja controlada por medicamentos.
* As mortes ainda ocorrem em função da complicação da infecção, que atinge a via aérea superior e pode se disseminar para o pulmão e abrir portas para outras doenças mais graves. Organismos mais debilitados e integrantes dos grupos de risco são mais suscetíveis às complicações.
* No caso dos bebês, quanto menor, maior é o risco, já que a tendência é potencializarem os anticorpos com o passar dos meses e anos.
Principais cuidados
* Higienizar as mãos com frequência, principalmente após tossir ou espirrar
* Utilizar lenço descartável para a higiene nasal
* Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
* Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
* Não partilhar talheres, toalhas, chimarrão, alimentos, copos e outros objetos de uso pessoal
* Reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração
* Ventilar os ambientes