A Paróquia Santo Antônio, de Bento Gonçalves, quer explicações detalhadas de como foram gastos R$ 734 mil na reforma da igreja tombada como patrimônio histórico. A empresa ReckZiegel Projetos Culturais e Sociais, de propriedade da produtora cultural Marilene Reckziegel, teria justificado os gastos por meio de notas e recibos.
Parte dos recursos vieram de doações e o restante foi captado por meio de leis de incentivo à cultura. De acordo com processo que tramita na 2ª Vara Cível de Bento Gonçalves, a produtora apresentava notas de alguma obra, material ou serviço relacionado à restauração.
As explicações causaram desconfiança e o pároco Izidoro Bigolin questionou a finalidade dos gastos. A convivência entre o religioso e a empresa se tornou insustentável.
Atualmente, a obra está sob a gestão de outro profissional. O advogado da paróquia, Fábio Stefani, reitera que a processo não levanta suspeita contra a produtora. A intenção é apenas receber a prestação das contas.
A produtora cultural Marilene Reckziegel contesta a ação:
- Minhas contas foram aprovadas pelo Ministério da Cultura. Tudo foi entregue na Justiça e estão corretas. Não tenho como fazer prestação contábil como quer a Mitra, essa não era a minha tarefa. Quem deve fazer a prestação contábil é a própria Mitra. No projeto de restauração eu era apenas a coprodutora, a responsabilidade é da paróquia. Eu apenas controlava os recibos.
Polêmica
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