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Para um rapaz de 22 anos, ser encarcerado em uma cadeia seria a única forma de impedir que ele continuasse a usar crack. Desesperado, ele destruiu os vidros da agência do Banrisul no bairro São Pelegrino, na noite de sexta-feira, dia 22.
Mais do que chamar a atenção para o problema do qual não consegue se livrar, ele acreditava que seria preso pela polícia. Assim, ficaria asfastado das ruas e do vício. O pedido de socorro não deu certo.
O máximo que o metalúrgico conseguiu, além de causar danos, foi ficar detido por algumas horas no plantão da Polícia Civil. Ele prestou depoimento e voltou para casa, em um bairro da Zona Leste. Sem acompanhamento, ele teme se afundar ainda mais nas drogas.
Viciado há cinco anos, passou pelo menos 10 vezes por tratamento em clínicas. Tem apenas um registro por furto simples em 2006, cometido contra a própria família. Apesar disso, havia um mês que o rapaz não fumava as pedras feitas com restos de cocaína e produtos químicos. Na quinta-feira da semana passada, ele recaiu.
Pouco antes da meia-noite de sexta-feira, ele jogou duas ou três tijolos contra os vidros do banco e ficou esperando a chegada de brigadianos, o que não aconteceu. Nenhum alarme disparou. O rapaz, então, pegou outros tijolos e arremessou contra o restante das vidraças. Minutos depois, uma viatura com PMs surgiu na avenida. Antes que os policiais descessem do carro, o metalúrgico levantou as mãos e se colocou contra a parede.
- Falei que queria ser preso porque não me aguentava mais, queria que alguém me impedisse. Eles (PMs) tiraram sarro de mim e me levaram pra delegacia. Fiquei algum tempo algemado em uma sala com outros dois caras e fui liberado. Daí voltei pra casa - conta.
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Morador de Caxias quebrou vidros de banco porque queria ser impedido de usar crack
Detido por algumas horas, rapaz foi liberado. Ele teme se afundar ainda mais no vício  
Adriano Duarte
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