Veja o que pensam algumas das personalidades sobre o legado do escritor e primeiro Prêmio Nobel de Literatura em língua portuguesa, José Saramago.
Moacyr Scliar: "Saramago não recusava o humor satírico e a fantasia"
"Saramago era, como Jorge Amado e Erico Verissimo, um grande narrador, um narrador que não recusava o humor satírico e a fantasia, um exemplo disso sendo o notável Jangada de Pedra, uma história que bem poderia figurar como exemplo do realismo mágico que, numa época, caracterizou a literatura latino-americana."
"Saramago nunca virou as costas pro mundo", diz Marta Medeiros
A autora disse ter ficado perplexa quando soube da notícia. Ela afirma estar triste, mas ao mesmo tempo feliz por ter tido oportunidade de conhecer sua obra.
- Me sinto grata. Ele me ofertou, e aos milhares que admiravam sua literatura, momentos de um prazer íntimo e enriquecedor. Que bom que os livros ficam.
Rui Carlos Ostermann: "Saramago foi um mestre"
O comentarista Ruy Carlos Ostermann registrou na Rádio Gaúcha eu pesar pela morte do escritor. Da África do Sul, onde acompanha a Copa do Mundo, Ostermann afirmou que "Saramago foi um mestre, um gênio e um dos maiores escritores que o mundo já teve".
- José Saramago fará sempre muita falta a todos nós - completou o comentarista.
Nélida Piñon define como "imortal" e "eterno" o autor português
A escritora diz ter sentido uma grande emoção ao tomar conhecimento da notícia.
- Sabia que ele estava frágil, doente, mas sempre pensei em Saramago como um imortal por sua própria obra, por seu lado humano. Ele é eterno - disse a autora à Agência EFE.
Ministra espanhola diz que Saramago amava Espanha com sua alma portuguesa
A ministra da Cultura espanhola, Ángeles González-Sinde, lamentou profundamente a morte do escritor José Saramago, quem "nos amava a partir de sua alma portuguesa", um sentimento que une os espanhóis ao autor luso: "isso ocorre porque também aprendemos a amar Saramago".
- Hoje é um dia triste para a cultura, nos temos de começar a nos acostumar com a ideia de que não vamos ter novos romances de Saramago, nem mais artigos seus; nós tínhamos nos acostumado a sua presença - assinalou a ministra.
Zapatero envia telegrama de pêsames à viúva de Saramago
O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, enviou um telegrama de pêsames, expressando os sentimentos "de todos os espanhóis" à viúva de José Saramago.
- Minha querida amiga, querida Pilar: quero expressar meu profundo sentimento de pêsames pela morte de José Saramago, escritor de língua e alma irmãs, cuja palavra (...) se converteu muitas vezes na voz dos mais fracos - manifestou Zapatero a Pilar del Río.
Amorim lamenta morte de Saramago, defensor de um mundo mais justo
O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, lamentou a morte do escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura, a quem classificou como um defensor exemplar de um mundo mais justo.
- O ministro lamenta a perda de um homem que, com sua obra, deixou uma extraordinária contribuição para a literatura mundial e para a valorização da língua portuguesa, além de ter representado, com sua conduta pessoal, um exemplo de atuação comprometida em favor de um mundo mais justo - segundo um comunicado divulgado pela Chancelaria.
Barroso diz que Saramago foi um dos maiores escritores do mundo Bruxelas
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, expressou sua "profunda consternação" pela morte do escritor português, que, segundo ele, será recordado "como um dos maiores escritores em língua portuguesa e da literatura mundial". Barroso transmitiu "suas mais sentidas condolências" à esposa, à família e aos amigos do Nobel de Literatura, em carta enviada em seu nome e do Executivo da União Europeia (UE).
- Saramago, agraciado com o prêmio Nobel de Literatura em 1998, será sempre lembrado como um dos maiores escritores em língua portuguesa e da literatura mundial - afirma o presidente da Comissão Europeia na carta.
Reis da Espanha lamentam morte de "extraordinário escritor"
Os Reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, enviaram um telegrama à Pilar del Río, a viúva de José Saramago, no qual expressam seu pesar pelo falecimento deste "extraordinário escritor e profundamente vinculado à Espanha", informaram fontes da Casa do Rei.
Governo da França diz que país perde um amigo com morte de Saramago
O Governo francês afirmou que a França "perde um amigo" com a morte do escritor português José Saramago, ressaltou o ministro de Assuntos Exteriores da França, Bernard Kouchner. Segundo ele, com a morte de Saramago, "Portugal perde um de seus maiores escritores e a França um amigo próximo".
Intelectuais cubanos lamentam morte de Saramago
Intelectuais cubanos lamentaram a morte do Prêmio Nobel de Literatura de 1998, o português José Saramago, a quem destacaram como "grande amigo" de Cuba e um escritor "comprometido" e "coerente" com sua ideologia.
- Cuba perde um grande amigo e a literatura universal um exemplo de ética e de criatividade perene - declarou à AFP o presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC), o poeta e romancista Miguel Barnet.
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Segundo Caderno:
A obra e a vida de José Saramago
Sobre o autor:
Os pensamentos do escritor no blog Outros Cadernos de Saramago.