Não era o final de campeonato que o torcedor do Caxias imaginava. Neste dia 24 de agosto, o time grená disputa seu último jogo oficial da temporada. Contra o CSA, em Maceió-AL, a equipe de Thiago Gomes se despedirá da Série C do Brasileiro a partir das 17h, no Estádio Rei Pelé.
Mas a situação poderia ser pior. A campanha do time, dentro de campo, chegou a arrepiar os cabelos do torcedor. Pelo menos, o Caxias evitou o risco de rebaixamento a uma rodada do fim ao vencer o ABC, no Estádio Centenário.
— Fomos para o último jogo, contra o ABC, muito focados justamente para que a gente pudesse o mais rápido possível acabar com isso, porque sabemos que jogar uma última rodada fora de casa, pensando em ganhar, ainda mais com uma equipe como a do CSA, ficaria bem difícil a situação — revelou Welder.
O centroavante acabou se tornando uma figura importante na equipe, sobretudo nas últimas duas partidas em casa pela competição. O atleta deu as duas assistências para Felipe Tontini virar a partida com o Ferroviário, e marcou o segundo gol nos 2 a 0 sobre o ABC.
Welder destacou qual foi o diferencial para fazer com que a equipe, que chegou a estar afundada na vice-lanterna há nove rodadas, pudesse respirar aliviada a uma partida do encerramento do campeonato.
— Foi muito importante a união do grupo, tanto dentro de campo quanto fora dele também. Tivemos várias conversas no vestiário, tanto jogadores quanto comissão e até diretores, para tentar achar uma solução. Falamos muito em identidade. É importante a gente saber quem nós somos, independente no momento bom ou no ruim, saber o jogador e o elenco que somos. E tínhamos total confiança no nosso trabalho, mesmo que às vezes os resultados não acontecessem — destacou o centroavante.
Valor do confronto
A partida com os alagoanos servirá apenas para o Caxias tentar a primeira vitória fora de casa na competição e, quem sabe, lutar pelo 10º lugar na tabela, para ter uma partida a mais dentro de sua casa na temporada seguinte da competição nacional.
— Nós com certeza levaremos lições para o resto das nossas vidas. O que nós conseguimos é grande, perto de todas as dificuldades que nós encontramos. Mas a gente sabe que é pouco para o clube — avaliou o capitão Dirceu.
Em relação ao time que garantiu a permanência na Série C serão duas as baixas. Gabriel Silva não esperou o capítulo final da história grená na competição e se transferiu para o Vila Nova, de Goiás.
Já o volante Elyeser, com desconforto muscular na coxa, ficou em Caxias do Sul. Barba no meio-campo e Robinho no ataque devem ser as novidades no time de Thiago Gomes.
O treinador que chegou com a missão de salvar o clube do rebaixamento e obteve 55% de aproveitamento em nove rodadas, lembrou que se as coisas não foram bem para o Caxias na atual Série C, ao menos o clube adquiriu a experiência necessária para chegar na edição de 2025 da competição com muito aprendizado.
— A Série C evoluiu muito, e o Caxias hoje ele vive uma competição nova, e aprendeu a jogar competição, sentiu o que é a Série C. Eu sou um treinador que estou indo para a minha terceira Série C nessa sequência. Eu a vivenciei em 2022 (Brasil-Pel), 2023 (São José), e agora nessa Série C (por Sampaio Corrêa e Caxias), onde teve uma mudança da característica da competição. E ela é muito difícil, porque você enfrenta equipes de tudo que é lugar do Brasil, com logísticas complicadas, e com escolas de futebol diferentes — destacou o técnico grená.
E assim que o árbitro Samuel dos Santos, do Amapá, apitar o final da partida em Maceió, o Caxias passará a olhar para 2025. Mudanças à vista que vão passar pelo elenco, departamento de futebol e direção, com a saída inclusive de Mario Werlang, presidente do acesso grená à Terceira Divisão desta temporada.
— O Caxias está crescendo, queremos crescer mais, e ano que vem vamos em busca de novos voos, e talvez aprender um pouco, usar o que nós aprendemos na Série C, para não errar tanto e conseguir um acesso para B — comentou Werlang em tom de despedida.