O dia 27 de junho de 1999 está eternizado nos corações e lembranças alviverdes. No Maracanã, o emblemático palco do futebol mundial, com mais de 100 mil torcedores, o Juventude sagrou-se campeão da Copa do Brasil em cima do Botafogo. Uma conquista que será sempre comemorada e lembrada. Nesta quinta-feira (27), 25 anos são comemorados.
Por isso, o Pioneiro separou 25 fatos da campanha vitoriosa e que ficarão memória dos torcedores alviverdes. Um domingo, no Rio de Janeiro, com o jogo às 17h. O templo do futebol brasileiro foi o palco perfeito. O dia mais glorioso da história do Ju. Nem mesmo as mais de 100 mil vozes adversárias pararam o Juventude ou calaram os mais de mil juventudistas no Maracanã. O time comandado pelo técnico Valmir Louruz confirmou sua grandeza naquele dia.
Os 25 fatos marcantes do título:
1) Como era o mundo em 1999
O ano de 1999 foi marcado por diversos fatos no mundo. O principal deles era o "Bug do milênio", na virada de 1999 para 2000. Na política, o Brasil era governado por Fernando Henrique Cardoso. Na música, a canção "Sozinho" era mais tocada no Brasil, na voz de Caetano Veloso. Nas telonas, o italiano Roberto Benigni levou o prêmio de melhor ator pelo filme “A vida é bela”. Na TV brasileira, a novela Terra Nostra, inspirada numa história vivenciada na Itália e no Brasil, ocupava o horário nobre da Rede Globo. E no futebol, a torcida do Juventude celebrava o título inédito da Copa do Brasil.
2) Elenco vencedor
O elenco de jogadores do Juventude era composto por 27 jogadores:
Alcir de Oliveira Fonseca, André Luis Lucindo, Capone, Denis Cássio Borges, Edson Kaspary, Emerson de Souza Ferretti, Fernando, Flávio Henrique de Paiva Campos, Geufer Rafael Hallmann, Gil Baiano (Gilberto Alves da Silva), Humberto Flores, Índio (Josué Ferreira Filho), Kiko, Lauro Antônio Ferreira da Silva, Luiz Oscar, Mabília, Márcio, Marcos Teixeira, Mario Tilico, Cléverson Maurílio Silva, Patrício, Edemar Antônio Picoli, Raudnei, Roberto Moreira Rodrigues, Soca, Vagner e Wallace Padrão de Abreu.
3) Comissão técnica
Comissão técnica era comandada pelo técnico Valmir Louruz e os demais integrantes eram:
Álvaro Peixoto, Preparador Físico, Ilo Guarani Roxo – Preparador de Goleiros, Iran Cercato e Gelson Mazzotti – Médicos, Edson de Camargo - Massagista e Nilton Sores (Zico) – Roupeiro.
4) Campanha vitoriosa
Juventude entrou em campo em 11 jogos para ser Campeão da Copa do Brasil. Destes, cinco foram no Estádio Alfredo Jaconi, onde a equipe não perdeu. O time teve três vitórias e dois empates em casa
5) O início do título
O pontapé inicial da campanha do título foi longe do Estádio Alfredo Jaconi. O Juventude entrou em campo no dia 4 de março diante do Clube Náutico Guará, no Distrito Federal, e o Papo venceu por 5 a 1, no Estádio Bezerrão. Com a goleada, a equipe eliminou o jogo de volta.
6) O gol inaugural
O primeiro gol do Juventude na Copa do Brasil foi marcado por Dênis aos 13 minutos diante Guará. Ele driblou na frente da área e acertou um forte chute de perna esquerda no canto superior direito do goleiro Chaguinha.
7) Goleadas
Ao longo da Copa do Brasil, o Juventude aplicou três goleadas no torneio nacional. Além da vitória sobre o Guará, na estreia, o time venceu o Fluminense por 6 a 0, no Jaconi, no dia 7 de abril, e aplicou um histórico 4 a 0 no Inter, em pleno Beira-Rio, no dia 2 de junho, pela semifinal da competição.
8) Derrota única
A equipe só teve uma derrota na Copa do Brasil. Foi exatamente o jogo contra o Fluminense. O revés ocorreu no dia 17 de março no Maracanã.
9) Vitórias contra campões brasileiros
Para ser campeão, o Juventude superou cinco campeões brasileiros na época: Fluminense, Corinthians, Bahia, Inter e Botafogo.
10) Decisão de pênaltis
A equipe de Valmir Louruz ainda passou por uma dramática decisão por pênaltis para testar o coração dos torcedores ainda de uma final. Nas quartas de final, a equipe empatou com o Bahia em dois jogos. Os placares se repetiram em 2 a 2 no Jaconi e depois na antiga Fonte Nova. Na decisão na marca do pênalti contra o time de Joel Santana, o alviverde avançou com um 4 a 1. O goleiro Emerson foi o grande herói defendendo duas penalidades.
11) Terror dos Gigantes
Na 11ª edição da Copa do Brasil, em 1999, 64 times participaram da competição. O Juventude era conhecido como "Terror dos Gigantes".
12) Goleada no Jaconi
O Papo também teve que se superar para conseguir reverter um placar adversário. Logo no segundo jogo da competição, o Juventude perdeu por 3 a 1 para o Fluminense, no Maracanã. No Jaconi, o Juventude reverteu o placar e ainda aplicou uma sonora goleada de 6 a 0 para seguir vivo no sonho do título.
13) Ataque positivo
O time comandado pelo técnico Valmir Louruz marcou 25 gols na campanha história de 1999. No jogo decisivo, no Maracanã, no Rio de Janeiro, a equipe não precisou marcar gols, pois havia vencido a ida por 2 a 1. No jogo do título, um 0 a 0 garantiu a taça ao Papo.
O primeiro jogo foi uma batalha, porque o Botafogo começou a agir politicamente para não acontecer no Estádio Alfredo Jaconi.
14) Força política
O jogo de ida da final, no Estádio Alfredo Jaconi, quase não aconteceu no Jaconi. O presidente da época, Milton Scola, relembrou o fato.
— O primeiro jogo foi uma batalha, porque o Botafogo começou a agir politicamente para não acontecer no Estádio Alfredo Jaconi. O Botafogo, por força lá do regulamento que dizia que o estádio tinha que ter X número de pessoas, a capacidade e tal, foi uma coisa que até o governador do Estado interviu.
15) Expulsão na final
Volante Wallace expulso no jogo de ida da final:
— Foi muito triste. Foi um lance muito bobo, pois estávamos jogando uma partida maravilhosa e vencendo por 2 a 0 e eu vinha sendo um dos melhores em campo. Fui expulso e não pude jogar no Maracanã.
16) Gol do título
No primeiro jogo da final, em uma tarde fria em Caxias do Sul, o Papo abriu dois gols de vantagem logo no primeiro tempo, com Fernando e, o "gol do título" veio com Márcio Mixirica. No finalzinho ainda da etapa inicial, o time carioca descontou: 2 a 1.
— É fantástico você olhar um clube com a bandeira do Juventude, um título da grandeza como é a Copa do Brasil, e você ter a possibilidade de ter participado de um título e um momento histórico de um clube. Eu sou muito grato por ter feito parte dessa conquista. Quando a gente olha alguma coisa que relembra, o coração realmente salta pela boca de gratidão — disse Mixirica.
Eu sou muito grato por ter feito parte dessa conquista. Quando a gente olha alguma coisa que relembra, o coração realmente salta pela boca de gratidão
17) Goleador
O goleador do Juventude na Copa do Brasil foi o zagueiro Capone, com cinco gols marcados, atrás apenas de Dejan Petkovic (Vitória) e Romário (Flamengo), que fizeram sete gols cada.
18) Outros artilheiros
Outros atletas também deixaram seus gols na Copa do Brasil: Flávio e Márcio Mixirica (4 gols), Fernando, Mabília (3 gols), Mário Tilico (2 gols); Maurílio, Wallace, Dênis e Marcos Teixeira (1 gol).
19) Público recorde
O publico na final no Maracanã foi de mais 100 mil pessoas. Foram exatos 101.581 torcedores presentes naquela decisão, com 90.271 pagantes. O Juventude contou com uma pequena mas animada torcida. No Rio de Janeiro, o Juventude fechou, no jargão do futebol, "com chave de ouro" a sua terceira participação na Copa do Brasil na época.
20) Base jaconera
O elenco contava com jovens das categorias de base do Juventude. Desde aquela época o DNA Jaconero já estava presente, como Márcio Angonese, Lauro, Fernando, Edson, Geufer, Humberto Flores, Kiko, Luiz Oscar, Picoli e Vaner.
21) O troféu
A taça da Copa do Brasil de 1999 ainda era no formato antigo, cilíndrico. Depois deve uma remodelação na taça que foi de 2002 a 2007. A taça atual, com 12 kg, foi novamente reformulada em 2013.
22) Jogador bicampeão
O goleiro Emerson foi bicampeão da Copa do Brasil. Antes de vencer com o Juventude em 1999, conquistou com o Grêmio em 1994. Após o feito na equipe alviverde, em 2000, foi jogar pelo Bahia. Atualmente, Emerson segue no futebol. Ele é presidente do Bahia.
23) Ídolo na história
Na história do título da Copa do Brasil está o ídolo do Juventude com mais de 500 jogos com a camisa alviverde. Lauro atuou no clube até 2001. Ele encerrou a carreira em 2013, no Garibaldi.
24) Capitão da Copa do Brasil
O capitão da conquista da Copa do Brasil jogou no Juventude até o final de 1999. Flávio Campos era um dos mais experientes no time com 34 anos. Depois se aposentou e assumiu à gerência de futebol do Juventude. Posteriormente, chegou à função de treinador do clube, em 2007. Ainda seguiu alguns anos como técnico, por 15 de Novembro, Canoas, Remo, Brasil-Pel, Sampaio Corrêa, Lajeadense e Esportivo.
— É gratificante. Com a ajuda de todo aquele grupo, dos dirigentes que fizeram parte da campanha, do torcedor presente lotando todos os jogos da Copa do Brasil. Era uma equipe consistente, equilibrada e que não tinha medo de jogar — afirmou Flávio.
25) A festa no retorno
— A festa foi maravilhosa. Nós descemos em Porto Alegre e fomos rumo a Caxias. Tudo parado, a cidade toda na rua. Todos esperando a gente chegar. Foi uma recepção calorosa. Fomos para o Jaconi que estava lotado, festejando e vibrando. Foi um feito fantástico. Na época, minha família esperando, foi maravilhoso. Tenho um carinho e um respeito muito grande por Caxias — Maurílio, atacante do Juventude na conquista.