O Juventude terá pela frente, nas quartas de final do Gauchão, a grande surpresa da primeira fase. O Guarany de Bagé é o único bicampeão do Estadual entre os times do interior, e retornou à elite depois da queda sofrida em 2022. O Alvirrubro terminou na quarta colocação, inclusive com uma campanha melhor do que o time alviverde.
Com 16 pontos, quatro vitórias, quatro empates e três derrotas, um aproveitamento de 48%, o time de Bagé decidirá em casa o duelo diante do Juventude. Até com um empate consegue a classificação para a semifinal. Somente a vitória garante vaga para o Verdão na próxima etapa da competição.
Aos 36 anos, o comandante da equipe é William Campos, filho de Beto Campos, técnico campeão gaúcho pelo Novo Hamburgo em 2017.. O jovem treinador iniciou sua trajetória em 2019 no São Borja. Em 2020, treinou o Santa Cruz e conquistou a Copa FGF e a promoção à Divisão de Acesso.
Em entrevista ao Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha Serra, o treinador comentou sobre a campanha, o confronto diante do Juventude e o legado do seu pai, o saudoso Beto Campos.
Confira a entrevista com William Campos:
CAMPANHA
O sentimento é muito bom de ver quando as coisas acontecem, quando as coisas dão certo. A gente teve um início difícil, até a derrota para o Juventude. A partir dali, conseguimos remobilizar e reestruturar a equipe. A partir daquele jogo, fomos outra equipe no campeonato. Na rodada seguinte, a gente precisava dar uma resposta, e foi o que conseguimos. E não só uma resposta em gols, em placares. Acho que foi uma resposta importante quanto à atitude da nossa equipe, onde a gente conseguiu mudar isso. Claro que depois da vitória contra o Inter aqui em Bagé deu uma confiança, uma convicção ainda maior pra gente fazer essa campanha.
VAGA NA SÉRIE D
Nós já temos uma vaga na Série D do ano que vem. A permanência, que era o nosso primeiro objetivo, era bem claro pra todos. E sabíamos que alcançando esse primeiro objetivo nos aproximaria de outros, e foi o que aconteceu. Eu acho que chegamos por merecimento, fizemos por merecer, por todo o trabalho que tem sido feito, que está acontecendo. Principalmente dos atletas, por tudo que eles têm desempenhado, comprando a ideia, fazendo acontecer dentro do campo.
JUVENTUDE
Temos esse confronto difícil. Mesmo jogando na nossa casa, a gente sabe que o Juventude é o favorito. E a gente vai procurar fazer um grande jogo, e quem sabe tentar surpreender o Juventude, e passar adiante para a semifinal do campeonato. Acredito que o Juventude não deva fugir muito das suas características, pelos atletas que tem, de qualidade, de botar a bola no chão, de buscar jogar, a gente entende isso, a gente tem essa vantagem de jogar por dois resultados, mas a gente não pode sentar nisso, porque sempre é muito perigoso.
Temos esse confronto difícil. Mesmo jogando na nossa casa, a gente sabe que o Juventude é o favorito.
OSCILAÇÃO DO JUVENTUDE
Eu gosto muito do trabalho do Roger Machado. Ele sempre me tratou muito bem, trocando ideias de futebol. O Juventude iniciou muito bem o campeonato e é normal em algum momento dar uma oscilada. Claro que pela estrutura, pela cobrança que se tem, por todo o investimento, está oscilando até um pouquinho demais, mas tem feito jogos competitivos. Acho que também pegou alguns jogos que fogem um pouquinho da característica da equipe, que é uma equipe que gosta de propor jogo, de jogar.
JOGO MARCANTE
A nossa equipe foi crescendo durante os jogos, isso também muito pelo fator da confiança, e as coisas foram acontecendo, por todo o trabalho, com certeza, acho que um ponto importante que a gente conseguiu ter, naqueles momentos das derrotas, a gente nunca colocou dúvida entre nós. Claro que aquela vitória contra o Inter foi muito importante. O jogo seguinte do confronto do Juventude, contra o Santa Cruz, mesmo não vencendo, foi um jogo que teve um desgaste muito grande, porque nós vencemos até os 50 minutos do segundo tempo. Aí o Santa Cruz empatou e teve um pênalti ainda logo em seguida. Foi o primeiro pênalti que o Rodrigo fez a defesa no campeonato, quem sabe uma derrota ali teria até encerrado o nosso trabalho aqui.
LEGADO DO PAI
Para mim, está sendo um motivo de muita alegria poder dar essa sequência. Sabemos que não é fácil, por tudo que o pai conseguiu construir na sua carreira dentro do futebol, como atleta, como treinador. A gente tem procurado seguir esse legado, graças a Deus, já com alguns resultados importantes e positivos, e particularmente também, falando do meu trabalho, eu precisava também num momento desse fazer uma competição como a gente vem fazendo. Fico feliz de poder dar essa sequência. Hoje, a família toda que sempre torcia por ele, que acompanhava os jogos, hoje torce por mim. Eu sei da responsabilidade, por isso que eu tenho sempre procurado cada vez mais estar me preparando, estar sempre estudando para que a gente possa estar evoluindo e buscando competições maiores.