Além da prática esportiva em si e a participação de atletas e equipes em competições, duas manifestações do Fiesporte dão destaque para outros aspectos importantes do esporte e lazer de Caxias do Sul. Em 2023, foram 20 os projetos destinados a eventos que envolvem a comunidade e outros 17 de cunho educacional.
Cassiano Pedro Somensi, técnico em esportes e lazer do SESC Caxias do Sul, cita o exemplo do Circuito de Vôlei, torneio amador que, nas categorias adulto masculino e feminino, reuniu mais de 800 atletas.
— Nosso projeto conta com três etapas classificatórias e a final para os seis melhores ranqueados de cada naipe. Foram 24 equipes em cada etapa, 12 por naipe. Temos a ideia de crescer em número de etapas, abranger categorias de base e máster, quem sabe fazer algo de vôlei de praia também. E o sonho é trazer equipes de outros estados e países para o evento, e ter transmissão em canais de TV, sejam abertos ou fechados — revelou Somensi, citando a importância do Fiesporte:
— Da forma como ele é feito, é uma ferramenta incrível para fomentar o esporte e o lazer na cidade. Penso que Caxias é privilegiada de ter algo nesse formato, pois é um recurso direto da prefeitura que vai para os projetos, sem precisar captar de patrocinadores.
Ferramenta de transformação social
O futebol é considerado o esporte mais popular do país. Mas, nem sempre o acesso se dá a todos. Gabriela Ghelere, coordenadora de projetos sociais da Associação Criança e Adolescente no Esporte Beltrão de Queiroz, valoriza a chance de, com o apoio do Fiesporte, oferecer uma oportunidade para jovens em situação de vulnerabilidade social:
— A associação mantém, com recursos do Fiesporte, o projeto educacional da modalidade de futebol. Além da parceria com a prefeitura, esse projeto também tem vínculo com a Apafut/UCS e permite que 80 crianças e adolescentes de bairros vulneráveis da cidade, em especial o Mariani e o Beltrão de Queiroz, participem de treinamentos semanais desta modalidade, sendo esta uma ferramenta de inclusão social e formação de valores — destaca Gabriela.
O discurso é reforçado por Jeferson Borges, coordenador da Apafut/UCS:
— O objetivo principal é usar o futebol como ferramenta de transformação social na formação de atleta cidadão. O Fiesporte é de suma importância para o desenvolvimento do projeto. Sabemos que fazer esporte é muito difícil, e somente acontece com o aporte de apoiadores. Hoje atendemos a 400 atletas, com as categorias de Recreação, Social e Competição.
Para Gamaiel Porto Bourscheidt, gerente de projetos da Casa Anjos Voluntários, que atende 200 crianças e adolescentes de 6 a 15 anos, viabilizar o "Anjos no Esporte" é uma forma de contribuir para uma sociedade melhor:
— Neste projeto temos atividades em oficina esportiva, de capoeira e de futebol. Ao longo de 20 anos de atuação, ofertamos a prática esportiva, inspirando talentos e ainda considerando a ausência de espaços esportivos públicos de qualidade e seguros na região. Elas contribuem com a formação do indivíduo, trazendo benefícios para a saúde, desenvolvendo habilidades, autoconhecimento e autoconfiança, com princípios de respeito e incentivo das potencialidades.