Ele ganhou a torcida e foi o protagonista do acesso à Série C do Campeonato Brasileiro. Eron foi o bravo honrador da história grená em 2023. Aos 25 anos, o atleta terminou a temporada com 18 gols com a camisa do Caxias. Somente na Série D, o camisa 9 marcou 14 vezes. Até o momento, é o maior artilheiro de uma única edição de toda a história da Quarta Divisão nacional.
Com o fim da temporada no Centenário, o Caxias iniciou o processo de reformulação do elenco. O goleador teve uma reunião com a direção do Caxias nesta quarta-feira (13). Porém, a renovação do vínculo para 2024 é muito difícil. Ao Pioneiro, o atleta confirmou que tem um pré-contrato assinado com o Vila Nova, clube da Série B do Brasileiro. O time de Goiás é atualmente o 5ª colocado na tabela com 45 pontos.
— Sim, existe esse pré-contrato, com algumas cláusulas de ficar ou sair. Tem algumas cláusulas para fora do país também. Essas coisas estão acontecendo, mas deixo para o meu empresário. Não posso ser hipócrita. Assinei sim um pré-contrato com o Vila Nova. Tem cláusula sobre o Caxias e até de outros clubes e fora do Brasil — afirmou Eron, que explicou a única forma de ficar no Centenário:
— Tem um valor. Se o Caxias quiser ficar comigo terá de pagar um valor ao Vila Nova, porque assinei o pré-contrato. Passei isso para eles e estão conversando. Não sei como vão fazer, está na mão dos empresários e da direção do Caxias.
CONVERSA COM A DIREÇÃO
Eron confirmou que muitas sondagens foram feitas após ele se destacar na Série D. O jogador admitiu ser este o melhor momento da sua carreira. Em 2022, atuou pelo Sampaio Corrêa e marcou oito gols. Depois, no ABC, não teve sequência, pois se lesionou. No Estádio Centenário, Eron reencontrou o seu futebol. A palavra que resume sua passagem pelo Grená é gratidão.
— Sou muito grato por tudo que vivi aqui, tudo que eles fizeram por mim, toda torcida e o carinho que recebi. Se não tiver um desfecho positivo a negociação com Caxias só tenho que agradecer eles por tudo — contou.
Eron tem contrato com o Caxias até o final de outubro. Após o acesso, os atletas estiveram reunidos no Estádio Centenário, na terça-feira (13), para a foto do elenco que entrou para a história. Nesta quarta, os jogadores foram liberados. Quem tem contrato entrou em férias. Eron pretende passar uns dias em Gramado e depois retornar a sua cidade natal: Sobradinho, na Bahia. A definição de seu futuro dentro de campo ele espera ter já na semana que vem.
— Estamos conversando sim, sabemos que é difícil a renovação. Tem o pensamento da minha família, pensar no futuro. Estamos vendo o melhor possível e espero que daqui uma semana tenhamos um desfecho. Tive essa conversa com a direção do Caxias. Eles estão vendo a melhor maneira. Mas deixei claro para eles, sou muito grato ao clube por tudo que vivi aqui. Ficaram de ligar para o meu empresário e conversar com ele nesta semana — explicou o camisa 9 do acesso.
AJUDA NA HORA DIFÍCIL
Atualmente, Eron é só sorrisos com o acesso Grená. Contudo, a sua vinda ao Caxias esteve ameaçada. O atleta viveu um momento de muitas incertezas em novembro de 2022, quando o seu pai teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele precisou ficar ao lado da família na Bahia. O jogador viu a direção do Caxias ser solidária com a situação e estender a mão quando mais precisou.
— Até um pouco difícil falar isso. Meu pai teve uma AVC lá no interior da Bahia, no começo de novembro. Eu estava para vir para Caxias entre 17 a 20 de novembro. Nunca tinha visto meu pai daquele modo. O João Corrêa (gerente) me ligou falando sobre a apresentação e eu disse que não conseguia, não tinha cabeça. Só queria estar do lado do meu pai. Só ia sair da Bahia depois de todos os exames e do que o médico falaria. Os exames vieram só dia 29. Então, mostrei para o Caxias, falei tudo e o clube disse que eu poderia ficar quantos dias precisasse — revelou Eron.
O atleta afirmou ter ficado muito agradecido pela atitude do clube. Segundo Eron, hoje o seu pai está bem. Porém, na época, o camisa 9 não tinha cabeça para jogar. Inclusive os primeiros dias no Centenário foram difíceis, pois tinha que lidar com a distância do pai que ainda precisava de cuidados.
— Falei para o João e para o meu empresário que não tinha condição de jogar. Se não melhorasse teria de ficar com ele. Minha mãe e meu irmão trabalham e não teriam como ficar com pai. Daí o João disse que poderia ficar quantos dias, mas que gostariam de contar muito comigo. Aí vi que o Caxias me queria de verdade — finalizou.