Se o torcedor do Caxias já estava na bronca com as oscilações da atuação do time dentro de campo, a mudança na data do jogo contra o Hercílio Luz, com aluguel do estádio ao Inter, foi o estopim para a revolta grená nas redes sociais. O confronto pela Série D saiu de domingo, às 15h, e passou para segunda-feira (19), às 19h.
O motivo é que o Estádio Centenário também receberá a partida entre Inter e Ferroviária, pelas quartas de final do Brasileirão Feminino A1. O jogo seria no sábado pela manhã, mas a CBF alterou para domingo, empurrando o duelo grená para segunda. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, o presidente do Caxias, Mário Werlang, disse que recebeu um pedido da Confederação Brasileira de Futebol e preferiu não se indispor com a entidade máxima do futebol brasileiro.
- Recebemos uma ligação do diretor de organização de futebol da CBF, dizendo que era um pedido especial do presidente da CBF. Estão colocando o Inter no meio, poderia ser qualquer outro clube, será uma transmissão para muitos países e precisam de um estádio em condições de transmitir. Os estádios ao redor não dão condições. Como tínhamos nos colocado a disposição para fazer o jogo no sábado, a CBF pediu a transferência para domingo e, mesmo que a gente não aceitasse, eles poderiam fazer. Não compensa ao Caxias criar atritos com a CBF - afirmou o presidente, que ainda elencou o fato do elenco ter um dia a mais de treinos após uma sequência de jogos pela Série D:
- Está dando uma polêmica, mas o Caxias não será prejudicado, teremos um dia a mais de treino. Estamos com quatro jogos seguidos, os atletas chegaram oito da manhã de quinta e 13h30 estávamos reunidos com a comissão técnica. Conseguimos um dia a mais de treino. Agora teremos sexta e sábado, e vamos concentrar no domingo. Infelizmente tem a questão da torcida. Eu assumo a responsabilidade pela transferência. Foi uma conversa comigo e a CBF e não podemos deixar de aceitar o pedido da CBF.
O TERCEIRO MOTIVO
Mário Werlang citou três motivos para o Caxias mudar a data do seu jogo da Série D. O primeiro é não se indispor com a CBF. O segundo é a questão de um dia a mais para treinar. O último é a questão financeira. Conforme o mandatário, o Caxias receberá um valor extra pelo aluguel do estádio.
- Na conversa com a CBF, ela se dispôs junto com a Federação a nos dar um valor extra de aluguel, pois segunda de noite teremos custos maiores. Foi inclusive nos dar esse diferencial. Isso de alugar estádio é uma tradição entre clubes. O Juventude fez isso com o Grêmio, recentemente. Não é um problema - explicou Mário Werlang, que ainda respondeu se o clube não cria um atrito com a sua torcida:
- Não tenho atrito. É o direito deles de protestar. É um direito nosso de administrar o Caxias da melhor forma que achamos. É uma questão de conversar. Conversando se resolve os problemas. Se olhar pela questão técnica teremos um dia a mais para treinar. A transferência é melhor, depois dos dias exaustivos de jogos seguidos.