O Caxias de 2023 apresentou algumas novidades para o torcedor grená. Entre elas, o goleiro Bruno Ferreira, que é um dos destaques da equipe no Campeonato Gaúcho. Com atuações seguras, o paulista de 28 anos foi ganhando confiança da torcida, que nem mais pede o retorno de André Lucas à meta.
Bruno Ferreira ganhou sequência na carreira no Náutico e o bom desempenho fez ele chegar ao futebol português. Foi no país Europeu que aprimorou uma característica presente no time do técnico Thiago Carvalho: saída de bola com o goleiro utilizando os pés.
— Quando o Thiago (Carvalho) me ligou, ele me perguntou como foi em Portugal. A gente trabalhava bastante com os pés e ele disse que era isso que ele estava procurando. Então, isso ajudou. Na pré-temporada, o Thiago sempre colocou a gente a trabalhar com os jogadores de linha para podemos pegar o jeito de jogo. Isso deve ter influenciado na escolha dele — disse Bruno Ferreira.
Pelo time grená, Bruno Ferreira assumiu a titularidade e tornou-se um diferencial do Caxias até o momento no Gauchão, inclusive, com grandes atuações.
— Eu acho que contra o São José fiz grandes defesas. Foi um jogo difícil, num campo horrível. Muito difícil jogar lá. Contra o Esportivo também foi uma partida que fui bem — comentou o goleiro.
Em entrevista ao programa Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha Serra, Bruno Ferreira comentou sobre quem é o melhor goleiro do Campeonato Gaúcho, até o momento, a principal diferença observada no futebol do Sul, a experiência em Portugal (Gil Vicente e Vilafranquense),uma lesão nas costas (protrusão discal) curada no Caxias e a partida diante do Avenida.
Confira a trechos da entrevista
Melhor goleiro do Gauchão
Eu não entendi muito a troca do Renato (Portaluppi) do Brenno para o Adriel. Eu fico com o Keiller, do Inter, que fez bons jogos e seguro. Gostei bastante dele. Eu acho que estou entre os três melhores (risos).
Desempenho no Caxias e falha
Foi uma pré-temporada cansativa. Trabalhamos bastante. Os amistosos ajudaram muito e deram confiança pra gente, principalmente para mim que estava há bastante tempo sem jogar. Fui ganhando confiança com os jogos. Acho que tive uma falha, o que é normal, porque todo goleiro falha. Pelos outros jogos, fui bem e não comprometi. Só contra o Novo Hamburgo que falhei. É terrível para o goleiro, mas consegui ter uma sequência e lidar bem.
Talvez, eu deveria ter ficado no gol. Mas se eu fico, a gente tomaria o gol, porque não tem como socar uma bola que vem no chão. Então, a melhor decisão era ficar no gol e tentar defender, mas é coisa do jogo, do momento. Futebol é assim. Temos um segundo pra tomar uma decisão e, às vezes, não tomamos as melhores.
Desbancou o goleiro André
Quando eu cheguei no clube, fui procurar me informar sobre o André e a história dele no clube. A história dele é muito bonita aqui e classificou o Caxias nos pênaltis. Sabia que seria muito difícil, mas eu vim para trabalhar. Sempre respeitei ele e sempre me respeitou também. A gente se dá muito bem, mas tem que jogar um só. Fico feliz de ser escolhido. Se ele fosse escolhido também faria um bom campeonato, porque é competente.
Saída com os pés
Quando eu saí do Brasil, eu não trabalhava muito com os pés. Fui aprender mesmo em Portugal. A gente fazia praticamente todos os dias e a ainda erramos. Temos que evoluir sempre. Quando voltei para o Brasil parece que a mentalidade dos treinadores de goleiros mudou bastante. Hoje, praticamente todos os clubes trabalham com os pés, mas deveria vim da base já.
Paciência do torcedor
O Thiago pede pra gente ficar com a bola. Às vezes, a gente se precipita e avança muito rápido. Temos que rodar e cansar o time adversário. Quando acontece isso, a torcida quer acelerar e fica xingando porque volta para o goleiro. O estilo de jogo do Thiago pede que a gente fique com a bola, que logo irá abrir um espaço. A torcida tem que ter um pouco de paciência para dar confiança para o jogador.
Diferença do futebol gaúcho
Os treinos são muito mais fortes. Eu sempre precisei treinar bastante. É algo que me complicou bastante em Portugal. Lá, o pessoal não gostava de treinar. Eu não conseguia baixar o meu percentual de gordura, porque não treinava. As comidas eram muito boas também (risos). No Náutico treinava bastante e quando cheguei em Portugal sofria bastante. Aqui estou treinando muito.
Lesão nas costas
Quando fui para Portugal não consegui me adaptar e tive uma lesão nas costas que me atrapalhou bastante. Voltei pro Náutico e tive que aprender a lidar com essa dor. O Caxias abriu as portas e fico feliz que consegui tratar o problema nas costas. O clube tem ótimos fisioterapeutas e que me ajudaram bastante. Hoje, estou sem dor e desempenhando um bom trabalho. Sofri dois anos com isso e aqui no Caxias eu consegui achar a solução.
Avenida
Uma das semanas mais decisivas para nós. Não tem nada definido ainda. Sabemos da importância do jogo e temos que pontuar. O Avenida ainda busca a Série D, então estamos focados para chegar e fazer um jogo bom. A Copa do Brasil é muito importante para o clube e tem o título de interior ainda. É melhor pegarmos o Inter na semifinal, porque tem os jogadores emprestados pelo Grêmio que não poderiam jogar, mas o que vier temos que enfrentar.