O Juventude retornou de Erechim revoltado com a forma como aconteceu a primeira derrota no Campeonato Gaúcho. A equipe de Celso Roth vencia o Ypiranga, por 2 a 1, no Colosso da Lagoa, mesmo reclamando de uma penalidade marcada no primeiro gol dos donos da casa. No segundo tempo, um novo pênalti polêmico desestabilizou o time, que acabou cedendo a virada, por 3 a 2.
— Estaríamos com, pelo menos, quatro pontos a mais, se não tivesse acontecido isso aqui hoje (domingo) e nos jogos anteriores. Estaríamos no segundo lugar. Vamos fazer o que for possível. Infelizmente, é pouca coisa. O que a gente espera é que as coisas aconteçam de forma imparcial. Se fosse em um jogo, a gente entende. Mas, nesse Gauchão, tem sido sempre contra o Juventude. Algo tem que acontecer de forma imediata — apontou o presidente Fábio Pizzamiglio.
Em nota oficial, divulgada ainda no domingo, o Juventude cobrou atitudes da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), afirmando que o árbitro Anderson da Silveira Farias marcou duas penalidades inexistentes, a favor dos donos da casa, e que teria contribuído com a animosidade no Colosso da Lagoa, aplicando cartões amarelos em demasia.
— Nos últimos dois jogos o Juventude já foi prejudicado claramente. Enviamos vídeos para a Federação Gaúcha, fizemos por escrito, tentamos deixar essa situação interna, sem expor ninguém. Mas, infelizmente, hoje (domingo) foi o fim da picada. Jogo parecia de quinta, sexta divisão. Nem no futebol amador de Caxias acontece isso. Os pênaltis inexistentes, nossos atletas não estavam nem perto.
O clube também lamentou a atitude do presidente do Ypiranga, Adilson Luiz Stankiewicz que foi filmado, no segundo tempo, atirando as bolas do jogo na arquibancada e discutiu com o auxiliar técnico do Verdão Beto Ferreira, que acabou sendo expulso. E pelo regulamento do Gauchão, a perda alviverde foi ainda maior, porque o técnico Celso Roth teve que deixar a casamata com o assistente.
— No momento da virada, o presidente do Ypiranga (Adilson Stankiewicz) entra no campo, passou na frente do quarto árbitro, foi atrás do gol, e jogou a bola para fora. Deu a volta no gramado e jogou a outra bola para fora. A gente fica preocupado porque, ao invés de o juiz analisar o que estava acontecendo, foi para cima da nossa comissão técnica, que acabou expulsa — disse Pizzamiglio.
Súmula não diz muito
O árbitro Anderson da Silveira Farias relatou em súmula que paralisou a partida aos 54 minutos do segundo tempo ao ver o presidente do Ypiranga entrando no campo. O juíz disse que expulsou o auxiliar de Celso Roth ao vê-lo discutindo com o mandatário da equipe de Erechim.
Após a parada, o árbitro relatou que Stankiewicz foi até a gandula, pegou a bola da mão dela, e jogou para a torcida. Farias não soube informar como o presidente do Ypiranga invadiu o campo.
Ao final da partida, no vestiário e, depois no estacionamento do estádio, Stankiewicz procurou a arbitragem para se desculpar e admitir o erro pelas atitudes durante o jogo
— Podem sair tranquilos, vocês têm total segurança, podem ir tranquilos. Quero te pedir desculpas, sei que errei, não deveria ter entrado no campo, sei que vocês são ótimos profissionais e têm um trabalho difícil, assim como o nosso trabalho é difícil, pode colocar o que quiser na súmula, sei que errei admito — teria dito o presidente.
Para não se influenciar pelas palavras do mandatário, o árbitro Anderson da Silveira Farias relatou na súmula:
— Eu respondi a ele que eu não colocaria o que eu quisesse na súmula, e sim, que relataria os fatos que presenciei, ele se despediu e desejou boa viagem.