Parecia que o desastroso ano de 2022 tinha realmente chegado ao fim quando o Juventude empatou, mostrando bom desempenho, contra o Inter, na largada do Gauchão. O jogo em Porto Alegre trouxe a esperança de dias melhores para o torcedor jaconero. Mas, na rodada seguinte, a velha desconfiança voltou no empate frustrante diante do São Luiz, em Caxias do Sul, com o gol dos visitantes acontecendo nos acréscimos da partida.
Agora, o Juventude terá que buscar fora de casa os pontos deixados no Alfredo Jaconi. Pela terceira rodada do Campeonato Gaúcho, o Verdão visita o Novo Hamburgo, na segunda-feira (30), às 20h. Para o volante Jean Irmer, o grupo deixou o gramado, contra o time de Ijuí, com lições a levar adiante para a sequência da disputa do Estadual.
— Tivemos a chance de fazer dois ou três a zero e isso mostra o que é o Campeonato Gaúcho. A gente não pode dar uma oportunidade para o adversário vir, tão livremente, e fazer uma finalização de longa distância. Foi algo inusitado. Cabe a nós manter a pegada. Muitos times, como o São Luiz, vão vir com uma bola parada muito boa, com um bom jogador que tem um chute de longa distância ou com um centroavante muito forte que pode definir. Então temos que estar ligados como no jogo contra o Inter. Mantendo uma postura, uma organização, um jogo consistente até o final — revela Irmer.
A partida serviu para o jogador aprimorar o arremate ao gol. Jean prometeu fazer, pelo menos, cinco gols de fora da área nesta temporada. Contra a equipe de Ijuí, o atleta finalizou quatro vezes, uma delas na trave.
— Não sei se poderia ter feito alguma coisa melhor, eu olhei e vi a oportunidade de chutar em gol e pegou na trave. Poderia ter batido na trave e ter entrado, mas fico feliz que estou podendo evoluir nesse quesito com o Celso. Ele me dá liberdade pra poder dominar a bola e finalizar. Agora é tentar converter o máximo possível em gols. Essa pegou na trave, mas quem sabe contra o Novo Hamburgo possa ser gol — destacou o volante.
Apesar do bom momento individual na partida de terça, o atleta foi um dos escolhidos por Celso Roth para deixar o campo no intervalo, mas isso não incomoda o volante.
— O Celso queria ter um controle maior do jogo, a gente estava jogando em casa. O Vitinho entrou pra dar um dinamismo totalmente diferente, mais próximo do centroavante, que é o Rodrigo, então ele inverteu o triângulo do meio-campo, que era comigo, o Mandaca e o Emerson. A gente teve um time que propôs mais, ficou mais ofensivo, mas não é por isso que a gente pode ficar mais exposto — apontou Jean.
Enquanto boa parte da torcida quer ver em campo um time mais agressivo, com as presenças do camisa 10 Fernando Boldrin ou de um atacante mais insinuante como Echaporã ou Vitinho, o volante alviverde lembra que o clube não pode perder seu DNA de marcação.
— Nossa identidade é a agressividade na marcação, um time intenso. E sabemos que não temos a qualidade dos grandes da Capital, então temos que equilibrar com força, garra e vontade. Nosso objetivo inicial é classificar entre os quatro pra irmos à semifinal. Sabemos que poucos vão roubar pontos do Inter como a gente conseguiu. E do São Luiz, sabemos que alguns vão conseguir fazer bons resultados. Então, vamos ter que recuperar fora os pontos que perdemos dentro de casa. O jogo contra o Novo Hamburgo traz sim a necessidade da gente vencer fora e trazer um pouco mais de tranquilidade para o próximo jogo.
Tranquilidade que não existe entre os torcedores que não veem o time vencer uma partida oficial desde a 19ª rodada da Série A do Brasileirão, há seis meses.
— A gente comentou essa semana que precisávamos vencer para acabar com o jejum, o torcedor e o clube merecem isso. Mas não vamos trazer o peso do ano passado, era outro grupo, outro tipo de trabalho. Falei pra todos os jogadores no vestiário que não está tudo errado, nossa equipe está evoluindo.