O então ministro extraordinário dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, visitou o município de Caxias do Sul em 17 de julho de 1995, em busca de apoio para incentivar e massificar o esporte. O ex-jogador também esteve na Casa da Cultura e nos estádios Centenário e Alfredo Jaconi.
Esse dia ficou marcado de forma muito especial na lembrança de Edson de Camargo, o Massa, massagista do Juventude há mais de 30 anos. Nesta data, o clube vivia um grande momento no cenário nacional e ele pôde realizar o sonho de conhecer o seu grande ídolo no futebol: Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé.
Massa nasceu em 1959, um ano após Pelé se consagrar campeão mundial com a Seleção Brasileira na Suécia. Desde a sua infância, ouvia e lia sobre aquele jogador fantástico, o homem que havia ultrapassado os mil gols.
— Me lembro de ir para o cinema, ver o Canal 100, que exibia os mil gols do Pelé. Era uma coisa incrível — relembra.
Sem a tecnologia de hoje, era pelo rádio e pelos jornais que Massa acompanhava algumas poucas notícias. Pelé era o grande ídolo, mas mesmo após entrar no mundo do futebol, conhecer o craque era algo improvável, um objetivo distante:
— Ele era o mito. Quem podia imaginar que um dia estaria aqui no Alfredo Jaconi? Tinha essa vontade de conhecer o meu grande ídolo.
O massagista relembra cada detalhe daquela tarde. Pelé, então ministro do Esporte, chegou ao estádio acompanhado de José Carlos Brunoro, homem forte da Parmalat, patrocinadora que levara o Juventude naquele ano para a elite do futebol nacional.
Após uma apresentação no gramado do Jaconi, com jogadores e dirigentes, o Rei do futebol se dirigiu à nova academia do clube, que seria inaugurada oficialmente por ele. Enquanto o evento acontecia, em uma sala logo acima dos vestiários, o time principal, comandado pelo técnico Heron Ferreira, iniciou o treino. Em certo momento, Massa não se conteve e abandonou por alguns minutos a atividade.
— Larguei tudo e vim fazer uma foto com ele. Fiquei com vergonha, mas esperei uma brecha, enquanto os dirigentes conversavam os jornalistas e cheguei perto do Pelé. Perguntei: o senhor pode fazer uma foto comigo? Ele foi muito receptivo e aceitou na hora. O Doutor Iran (Cercatto, médico do clube na oportunidade) também aproveitou a chance — relembra.