O volante Marlon vai para a sua terceira temporada no Estádio Centenário. O atleta chegou ao grená no ano passado. Nesses dois anos, o jogador entrou em campo em mais de 50 oportunidades com a camisa do Caxias e marcou quatro gols. Na semana passada, o meio-campista renovou o seu contrato com o clube. Segundo ele, ambos os lados tinham o interesse na permanência.
— Foi rápida a renovação, tinha interesse em ficar e o clube também. Agradeço a direção toda e ao meu empresário, foi coisa rápida, tranquilo — declarou o jogador em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Para Marlon, o ano de 2022 estava sendo a sua melhor temporada como profissional. O atleta era titular do meio-campo formado pelo técnico Thiago Carvalho, até sofrer uma fratura no tornozelo na última partida da primeira fase da Série D. O jogador também revela que o treinador ajudou na sua evolução.
— Antes eu estava vindo em uma crescente. Aprendi muito. Tivemos três treinadores com visões de jogo diferentes. O Thiago Carvalho me ajudou bastante, evoluí com ele. O volante está sempre em uma posição mais difícil. É questão de posicionamento de corpo. Não percebia isso, que eu não tinha esse posicionamento e o Thiago foi me ajudando e também na orientação dos passes mais longos e curtos — contou o volante grená, que enaltece a permanência do treinador para 2023:
— Um ponto positivo, mas a gente não vai largar na frente dos adversários. Já conhecemos a ideia, a metodologia. E ele já conhece a nós jogadores. Esse ano ele chegou na metade do caminho da Série D. Agora, com o trabalho de inicio de ano a gente tem uma perspectiva que irá dar certo — argumentou.
PRIMEIRO ADVERSÁRIO, A SAUDADE DE CASA
Marlon começou a carreira cedo. Logo aos cinco anos deu os primeiros chutes, mas não nos gramados. Seu início foi nas quadras, no futsal. Com 12, seu pai o colocou no Cruzeiro, de Santiago. Até chegar ao profissional, ele passou por vários clubes. No Cruzeirinho, o atleta disputou a Copa Santiago de Futebol Juvenil, competição tradicional no interior com mais de três décadas de existência. No torneio, despertou interesse de clubes como Grêmio e Criciúma, mas a saudade de casa foi um empecilho no começo da trajetória.
— Fui para Criciúma, Grêmio e São José. Mas tinha o problema de não ficar longe de casa. Meu pai ficava louco comigo. Em Criciúma ele me deixou na porta do estádio. Quando viu, eu bati em casa novamente. Ia jogar a Copa do Brasil sub-17 com o Criciúma, mas faz parte. Eu tinha essa dificuldade, sempre ficava um tempo nos clubes, batia a saudade e voltava embora — explicou Marlon.
FRATURA E RETORNO AOS GRAMADOS
No segundo turno da primeira fase da Série D, Marlon virou desfalque do Caxias. No dia 16 de julho, diante do Azuriz, o atleta precisou sair de ambulância do Estádio Centenário. Ele sofreu um carrinho, por trás, do jogador Wellisson. O resultado foi uma fratura no tornozelo associada a uma lesão ligamentar. O volante do Caxias revelou que o adversário o procurou um dia depois para pedir desculpas pelo ocorrido.
— Eu até hoje penso que não foi na maldade. Um atleta quando entra em campo não entra para quebrar a perna de ninguém. Eu penso assim. Ele me procurou no dia seguinte, no Instagram, me pedindo desculpas. Desculpei ele, tranquilo. Fiquei indignado com juiz que nem amarelo deu — relembrou Marlon, que conta como foi ficar sem jogar:
— Foi muito difícil ficar de fora dos principais jogos do ano para o clube. Foi muito difícil ficar na arquibancada, mas com total confiança nos companheiros, fizeram um belo trabalho. Infelizmente não veio o acesso, mas isso faz parte. Agora é procurar no novo ano conseguir, pois é o grande objetivo do Caxias. Agora é recomeçar para fazer um grande ano no Caxias.
A fratura Marlon foi a primeira lesão grave que enfrentou na carreira. O atleta está em fase final de recuperação e projeta um recomeço com a pré-temporada grená, prevista para iniciar em 21 de novembro.
— Estou em reta final, o Ramon (fisioterapeuta) está cuidando bem disso. Estamos trabalhando com bola no campo, um pouco mais de contato. Fazendo uma corrida mais forte. No começo da pré-temporada estaremos voltando e se tudo der certo a gente vai estar voltando junto com a equipe.