O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman chegou no meio da tarde de sábado ao hotel onde está concentrado o Caxias para a decisão deste domingo (28), às 16h, contra o América-RN. O grená entra em campo na Arena das Dunas em busca do acesso à Série C do Brasileirão. No saguão do hotel, Hocsman conversou com a imprensa e falou sobre mais esta oportunidade de acesso ao time gaúcho.
- É um momento de decisão importante, mais um clube gaúcho buscando um acesso. Sabemos o quanto representa ao futebol gaúcho, para a cidade e ao clube que vem se estruturando. Essa barreira é a mais difícil de campeonatos nacionais. Ano passado tivemos um tropeço aqui, mas tenho uma confiança muito grande que o desfecho será diferente - afirmou Luciano Hocsman.
Para o presidente da FGF, o Caxias não merece estar na divisão que disputa. Ele elencou o planejamento e a organização da direção nos últimos anos para estruturar o clube dentro e fora de campo. Hocsman ainda fez uma analogia, que o futebol tem uma dívida com Caxias e lembrou do caso emblemático envolvendo o grená.
- Ao longo dos últimos anos o Caxias vem batendo na trave neste acesso, que é muito difícil, pois tem a fase de grupos e três mata-matas, mas o clube vem se organizando muito. Já está na hora do Caxias e ultrapassar essa barreira. Aquele episódio do Figueirense, onde tivemos um problema extracampo que nos tirou o acesso. Faz muitos anos, mas os Deuses do futebol devem uma pedra ao Caxias. Os Deuses que nos perdoem, mas está na hora de devolver esta pedra - declarou o presidente da FGF, Luciano Hocsman.
RELEMBRE O CASO
Em 2001, o Caxias enfrentou o Figueirense na fase final da Série B do Brasileirão. O time gaúcho perdia por 1 a 0 até que houve uma grande invasão de campo faltando dois minutos para terminar o jogo. O caso foi parar no STJD e o time catarinense conseguiu manter o resultado do jogo, mesmo sem o apito final do árbitro e subiu para Série A do Brasileirão. Muitos anos depois, o árbitro Alfredo Loebeling admitiu uma influência política na hora de preencher a súmula do jogo.
- Eu tinha botado que a invasão foi antes de acabar o jogo, como de fato aconteceu. Estava nos acréscimos, faltava um minuto e pouco para o fim dos acréscimos. O presidente da comissão de arbitragem falou que tinha que colocar no relatório que a invasão foi depois de terminar o jogo. Aquilo manteria o resultado - contou Loebling ao blog Última Divisão.
Na época, o futebol gaúcho tinha três representantes na Série A, com Inter, Grêmio e Juventude. Assim, o Caxias seria o quarto. Já o futebol catarinense não tinha nenhum clube na primeira divisão nacional.