O Juventude e outros 22 clubes assinaram uma carta-proposta para a formação da Liga Brasileira de Clubes (Libra). As entidades — algumas das equipes das Séries A e B do Brasileiro —, demonstraram concordância com a criação de uma nova entidade para gerir as competições do futebol no Brasil pelos próximos anos.
Porém, diferente do que foi proposto inicialmente, os clubes que assinam a carta-proposta questionam a divisão dos valores sugerida no encontro que envolveu os clubes das duas primeiras séries nacionais. Na primeira reunião, foi levantada a possibilidade de divisão em 40% de maneira igualitária, 30% por performance e outros 30% por parâmetros comerciais.
No modelo sugerido pelos clubes nesse momento, a divisão dos valores fica com 50% de maneiras igualitárias, 25% por performance e 25% por parâmetros comerciais.
Outro ponto levantado pelas equipes envolve a diferença de valores entre os que mais receberiam e os que ficariam com valores abaixo, o que chegaria perto de 70%. A condicional dos clubes é de distância máxima de 3,5% num primeiro momento, com meta de 1,6% ao longo do tempo.
Confira a íntegra da carta-proposta dos clubes:
Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.
É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.
Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).
Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:
(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;
(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;
(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.
Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.
Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.
O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.
América Futebol Clube
Associação Chapecoense de Futebol
Atlético Clube Goianiense
Avaí Futebol Clube
Brusque Futebol Clube
Ceará Sporting Club
Centro Sportivo Alagoano - CSA
Club Athletico Paranaense
Clube de Regatas Brasil - CRB
Clube Náutico Capibaribe
Coritiba Foot Ball Club
Criciúma Esporte Clube
Cuiabá Esporte Clube
Esporte Clube Juventude
Fluminense Football Club
Fortaleza Esporte Clube
Goiás Esporte Clube
Londrina Esporte Clube
Operário Ferroviário Esporte Clube
Sampaio Corrêa Futebol Clube
Sport Club do Recife
Tombense Futebol Clube
Vila Nova Futebol Clube