A briga do Juventude no Brasileirão da Série A, inegavelmente, é para evitar o rebaixamento. Porém, quem olha a característica de atuação alviverde nas três primeiras rodadas da competição, pensa o contrário. Quem acompanha os resultados, faz coro aos que projetam que o Papo caminha rumo à Segunda Divisão, mesmo faltando 35 rodadas para o término do campeonato.
Às 11h deste domingo (1°), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, o time do técnico Eduardo Baptista tenta aliar os resultados com o que tem apresentado nas atuações ao enfrentar o Botafogo.
Exceto contra o América-MG, quando o time até começou bem, mas decaiu após a expulsão no primeiro tempo, o Juventude tem criado inúmeras oportunidades de gols. No entanto, as chances produzidas normalmente foram desperdiçadas e o Ju fez apenas três gols nessas partidas. E o transformar essa criação em gol é o ponto inicial para Baptista mudar um destino de insucesso na temporada.
— Primeiro, é passar confiança pra eles. O segundo ponto, é eles se anteverem aos nossos movimentos. Às vezes, essa bola está passando e só vamos reagir quando essa bola chega. E treinamos diariamente. Então temos que ser proativos, e não ser reativo. Temos trabalhado isso, de um posicionamento melhor, uma leitura melhor, entender nosso jogo para se posicionar na área — afirmou Baptista.
Além do capricho ofensivo, a semana completa de treinamentos proporcionou à comissão técnica alviverde ajustar situações que geraram os sete gols sofridos pelo time na Série A. Baptista acredita que os pontos foram bem organizados, com aperfeiçoamento de uma atitude reativa diante das situações da partida:
— Temos tomado gols que não tem muito o que explicar. Trabalhamos bastante a bola parada para não tomarmos gol. E estamos também com um contra-ataque muito rápido. A hora que precisar marcar e sair com a bola, estamos com uma chegada boa.
AS PRESSÕES NO ENGENHÃO
No domingo, o Juventude irá enfrentar três pressões diferentes no Engenhão, casa do Botafogo: o calor de 30°C do meio-dia no Rio de Janeiro, o estádio lotado e a necessidade de vencer a primeira. Quanto à condição climática, pouca coisa pode ser feita. Contra o Engenhão lotado, com todos os ingressos colocados à venda comercializados, Baptista acredita que a inteligência emocional do time precisando aparecer.
— Vamos pegar um ambiente muito favorável ao adversário, com estádio cheio, e a parte psicológica vai fazer a diferença. De entender o ambiente, saber a hora de atacar, de marcar, de subir uma pressão, de esperar um pouquinho mais. É um time muito técnico, jogadores com poder de definição muito grande. Mas não podemos mudar nossa postura — definiu Baptista.
Para combater a ansiedade pela primeira vitória, o treinador alviverde espera que o time entenda os momentos do jogo para saber qual o melhor resultado possível. Após deixar escapar a vitória contra o Bragantino aos 44 do segundo tempo e sofrer o gol da derrota para o Cuiabá aos 39 da etapa complementar, o Juventude quer o triunfo, mas não descarta a possibilidade de voltar com um ponto para casa.
— É preciso vencer. Mas também temos que ter a sabedoria. Isso aprendi com meu pai lá atrás. Quando não der para ganhar, não perde. O próprio jogo do Cuiabá. Talvez, se fosse 0 a 0, estaríamos dizendo "poxa, empatou com o Cuiabá". Depois que perdeu, como o empate era bom. É um jogo difícil, o Botafogo vem muito motivado, uma equipe qualificada. E é como fizemos até agora, vamos para buscar os três pontos. Mas se o jogo se desenhar e não der para ganharmos, o ponto é importante. Somar o ponto lá e aí vir para casa, um clássico regional, e poder buscar essa vitória — concluiu o treinador.