Vacaria está em festa. A classificação histórica do Glória para a segunda fase da Copa do Brasil, após vitória por 1 a 0 sobre o Brasil-Pel, na quarta-feira (23), encheu de orgulho a cidade, que teve seu representante dentro de campo.
Aos 27 anos, o volante Vacaria carrega consigo o nome da sua cidade natal, e em 2022 defende pela primeira vez as cores do Leão. Formado pelo Juventude, o capitão da equipe do técnico Alê Menezes também passou por Fortaleza, Brasil-Pel, Remo-PA, Pelotas, Próspera-SC, Azuris-PR e na Divisão de Acesso do ano passado defendeu o Veranópolis.
Logo em sua primeira vez jogando em casa, fez parte de uma conquista que coloca o Glória ainda mais em rota de crescimento no futebol gaúcho.
— Não tem o que falar nesse momento. Estar em uma cidade que levo o nome há 16 anos (de carreira), retornar às origens e poder fazer história no time que está crescendo dentro do futebol gaúcho, é muito importante. Não caiu a ficha ainda. A gente está acostumado com um patamar de futebol, e não desmerecendo o Glória, que vem crescendo desde a conquista da Copa FGF no ano passado e vai ser muito respeitado, mas joguei em grandes clubes e só eu sei o quando é difícil fazer futebol no interior — falou o volante sobre o momento no Leão da Serra dentro da sua trajetória como atleta, celebrando o avanço àsegunda fase da competição nacional:
— Conseguimos dar uma alegria para nós, jogadores, que estamos há menos de 30 dias fazendo uma pré-temporada, para o caixa do clube, que é primordial, e para a cidade, que há muito tempo não vivia isso.
O caixa falado por Vacaria está relacionado com a premiação recebida pelo avanço de fase. Após os R$ 620 mil pela participação na Copa do Brasil, a vitória sobre o Xavante garantiu mais R$750 mil para o Glória. A receita para um clube que irá disputar a Divisão de Acesso pode ser decisiva para o complemento de um grupo para conquistar o retorno à elite.
Na comparação com a cota de participação no Campeonato Gaúcho, por exemplo, o valor já arrecadado pelo time de Vacaria na Copa do Brasil só está atrás do que receberam Grêmio, Inter e Juventude para a disputa do Estadual.
Dentro de campo, suportar a pressão do Brasil-Pel nos 90 minutos foi uma missão complicada para o Glória. O time pelotense tinha a vantagem do empate para avançar e o gol da vitória só veio aos 38 da segunda etapa, quando Vacaria já não estava mais em campo e Léo finalizou da entrada da área, ainda contando com um desvio no meio do caminho. Foi uma partida que exigiu entrega dos atletas.
— Tínhamos um propósito no primeiro tempo e jogamos com três zagueiros. Até fui eu quem fiz a sobra. Sabíamos da necessidade do Brasil, até porque eles também precisam do dinheiro. Mas o primordial foi nosso treinador, que soube mexer na hora certa. Tomei um cartão amarelo no segundo tempo, com 18 minutos, e se tratando de uma decisão, não poderíamos perder ninguém — explicou o capitão do Glória, ciente do caminho que o time precisou fazer para garantir um lugar de destaque na memória do torcedor:
— Já entramos desclassificados, pois o 0 a 0 era do Brasil. Tivemos humildade, os pés no chão e trabalhamos, temos parceria e amizade. Então começamos a criar uma história nova aqui dentro do Glória e tenho certeza que o ano será muito bom.
O Glória e Vacaria — a cidade e o volante — sabiam que a inédita participação na Copa do Brasil seria histórica. Porém, com a vitória sobre o Brasil-Pel, o clube ganha também o reconhecimento nacional do Leão, que rugiu forte no Altos da Glória para construir um ano que começou feliz como nunca.