O calor do maior símbolo dos Jogos Olímpicos aquecerá por 15 dias a Serra Gaúcha e acenderá a luz de um tema importante: a inclusão. Caxias do Sul será sede da primeira edição das Surdolimpíadas na América Latina e receberá no mês de abril a chama olímpica.
Os jogos começaram em 1924 em Paris, na França. Esse foi o primeiro evento esportivo para pessoas com necessidades especiais. Competição multidesportiva mais antiga, depois dos Jogos Olímpicos, as Surdolimpíadas de Verão acontecem a cada quatro anos. A edição atual seria realizada em 2021, mas a pandemia adiou em um ano o evento. As provas serão realizadas do dia 1º a 15 de maio.
Para a 24ª Surdolimpíadas de Verão, espera-se receber mais de 6 mil pessoas entre surdosatletas, comissões técnicas e membros de mais de 90 países. A preparação do megaevento, no que diz respeito a Tocha Olímpica, tem os mesmos moldes das Olimpíadas. A chama sai da Suíça no final de março e chegará à Serra gaúcha no dia 30 de abril, véspera da abertura. O símbolo desembarca em Farroupilha, cidade vizinha, e depois haverá o revezamento até Caxias do Sul.
— A chama olímpica parte de Lausanne, na Suíça, dia 30 de março, e daí é transferida ao Brasil. No dia 30 de abril, ela chega a Farroupilha e será carregada até Caxias, onde ficará no aguardo para a cerimônia de abertura — explicou Richard Ewald, CEO das Surdolimpíadas.
Ao contrário dos Jogos Olímpicos do Riom em 2016, somente irão carregar a tocha atletas e ex-atletas surdos. Será uma forma de valorizar toda a dedicação de anos ao esporte. Conforme Ewald, a organização dos Jogos ainda não tem um número definido de competidores que irão participar do revezamento, pois o trajeto ainda está na fase de planejamento.
— Teremos o revezamento desde Farroupilha até Caxias com uma diferença, resgatando a origem desse simbolismo. Serão empregados neste revezamento somente atletas surdos. Não teremos celebridades da sociedade. Isso foi uma desvirtuação que aconteceu nos últimos jogos, principalmente no Rio de Janeiro, com políticos e empresários. Todo mundo queria carregar a tocha. É um símbolo olímpico e ele é transferido por atletas olímpicos — explicou o CEO.
No dia seguinte ao revezamento, ocorre a cerimônia de abertura dos jogos no Ginásio do Sesi. O local possui capacidade para 5 mil pessoas. Ewald ainda revela que a Pira Olímpica ficará nos Pavilhões da Festa da Uva.
— Durante as competições, teremos a cerimônia de abertura no Sesi e, depois o fogo olímpico migra para essa pira de uma forma especial e ela fica queimando nos 15 dias até o encerramento — comentou o diretor executivo dos jogos.
O design da tocha Olímpica ainda não foi revelado, mas será usada a mesma tecnologia da Rio 2016. O equipamento terá uma arte específica que identifica os jogos e será produzido pelo Comitê Olímpico Internacional.
— A tocha é um pouco surpresa, daqui uns dias teremos os primeiros elementos entregues e vamos divulgar. Segue os moldes clássicos. Como equipamento interno, ela segue o projeto da Rio 2016 e não é feito no Brasil. É uma tecnologia de fora, mas tem uma arte específica das Surdolimpíadas e da competição. Foi escolhida recentemente e está em produção — detalhou Richard Ewald.