Após ser eliminado da Série D pelo ABC no domingo, a delegação do Caxias só desembarcará no Rio Grande do Sul na madrugada desta terça-feira (18), por conta da programação de viagem oferecida pela CBF. Na bagagem, uma nova frustração e a certeza de que o clube precisará reavaliar outra vez o trabalho dentro e fora de campo. As reuniões que poderão dar um norte para o Caxias de 2022 devem iniciar a partir desta terça-feira à tarde, mas a permanência do presidente Paulo Cesar Santos no cargo é pouco provável. Pelo menos foi o que ele deixou claro na entrevista após a partida em Natal.
— É momento de avaliação, com calma. A gente sabe que todos que estão na gestão, e que a futura diretoria, vão fazer o melhor planejamento para esse clube. A gente sabe que o Caxias merece voltar a subir as escadas, como a gente sempre colocou, a buscar esse acesso. Infelizmente, peço desculpas a todos por não conseguir — disse o mandatário.
Após o apito final, além das reclamações do técnico Rafael Jaques em relação a arbitragem, por conta de um lateral invertido no lance que originou o primeiro gol da equipe potiguar, uma mistura de frustração e incredulidade nos discursos do gerente de futebol Ademir Bertoglio e do presidente Paulo Cesar Santos. Afinal, mesmo que o desempenho tivesse altos e baixos, o Caxias chegou pela terceira vez ao jogo do acesso nas últimas quatro temporadas e não conseguiu ter êxito.
— O que resolve é o futebol, é a gente se unir em prol de um objetivo, e o que eu peço ao nosso torcedor, mesmo, de coração: se una, porque esse clube merece estar em outros patamares. 2022 tem que se ter um planejamento, trabalho, pessoas fortes, lideranças fortes da nossa região, que se somem a esse esforço que todos estão fazendo, e que possam trazer esse clube para os caminhos maiores — disse Santos.
"O que contenta o torcedor é o acesso"
Em 2022, o Caxias tem a garantia de que voltará a disputar a Série D do Brasileiro. Por outro lado, não deverá contar com o aporte financeiro da participação na Copa do Brasil. Um problema a mais para a próxima temporada.
Questionado sobre os erros de fora de campo e as questões polêmicas, como as saídas de Júnior Guera, do Dr. Rafael Lessa e da demora para a vacinação de Rafael Jaques, o presidente optou por reforçar o esforço feito para manter o clube saudável.
— A gente vê o trabalho que vem se executando, o trabalho dos profissionais da comissão técnica, do gerente de futebol, Ademir, e as nossas limitações. Então, não existe mágica. É como se diz, não existe almoço de graça, tem que trabalhar por ele. A gente tem que correr atrás para buscar recursos para pagar por ele. E o Caxias é assim, a gente trabalhou dentro das limitações e com o esforço que a gente tinha. E, ainda, tenho que agradecer a todo conselheiro que se doou, que fez a sua parte, que participou das campanhas que a gente fez. O torcedor, que colaborou voltando, mantendo sua mensalidade em dia, e os nossos patrocinadores, que acreditam na credibilidade desse clube, da parte administrativa, e que vai seguir assim, com um trabalho sério, cuidando da instituição, não somente pensando em benefícios próprios — disse Santos, ciente de que ter as contas em dia não é o suficiente para o torcedor grená:
— O que contenta o torcedor é o acesso, é título, é o espetáculo, é ter orgulho de vestir a camisa.