O Caxias irá enfrentar o União Rondonópolis, do Mato Grosso, nas oitavas de final da Série D. O adversário grená foi vice-campeão mato-grossense em 2020. Nesta temporada, disputou a Copa do Brasil e foi eliminado pelo Coritiba. Na Quarta Divisão nacional, o time treinado por Odail Soares terminou na terceira colocação na primeira fase e passou pelo Boa Esporte no primeiro mata-mata.
O União, da cidade de Rondonópolis, que tem 240 mil habitantes, é presidido por Reydner Souza. Ele assumiu o clube em maio, após a renúncia Edicarlos Olegini, o "Gauchinho". A folha salarial do elenco gira em torno de R$ 120 mil. Mesmo com a mudança da direção e chegada de outros atletas, o time tem feito boa campanha e o objetivo é o acesso à Série C. Na temporada passada, o time mato-grossense terminou a primeira fase da Série D como lanterna do grupo.
— Assumimos faltando 20 dias para a competição deste ano. Não tinha esse objetivo, mas nunca fugi dos meus deveres. Montamos uma equipe jovem, mesclada com experiência. Nossa média de idade é 25 anos. Nossa expectativa é a melhor. Estamos fazendo um trabalho pés no chão e focados com o objetivo de buscar o acesso, sempre respeitando os adversários, ainda mais um adversário de peso, de camisa pesada, de tradição no futebol brasileiro e do Rio Grande do Sul. É um prazer disputar esse jogo histórico com o Caxias. A gente corre por fora. Somos um clube pequeno, do interior do Mato Grosso, mas que trabalha de pouco em pouco para buscar um espaço no cenário nacional — disse o presidente Reydner Saouza.
Se no ano passado o time não se classificou ao mata-mata, na atual Série D, o União tem 16 jogos. Foram oito vitórias, quatro empates e quatro derrotas, com 24 gols marcados e 16 sofridos. Os principais destaques do time na competição são os atacantes Heltinho, artilheiro com sete gols, e Deivisson Pikachu, com cinco. O jogador mais experiente do elenco é o conhecido goleiro Neneca, 41 anos. Com passagens por Santo André, Figueirense, América-MG e Botafogo-SP, entre outros, é o atleta mais conhecido do time.
— Temos feito um campeonato muito bom. Isso foi provado na fase de grupos. Conseguimos uma classificação muito boa e que nos deu a oportunidade de disputar a fase seguinte. Fizemos dois grandes jogos com o Boa Esporte. Conseguimos superar eles. Agora, vem a equipe do Caxias, que sabemos como são as equipes gaúchas, bem qualificadas, equipes fortes fisicamente — comentou Neneca, em entrevista à Rádio 104.1 FM, de Rondonópolis.
O time-base e provável para enfrentar o Caxias tem: Neneca, Odair Junior, Odail, Tom e Vinicius; Ruan Bahia, Michel Rondon e Peixinho; Deivisson Pikachu , Heltinho e Cléberson Tiarinha. O lateral-esquerdo Vinicius retorna de suspensão, após ficar fora do confronto diante do Boa Esporte, em Minas Gerais.
Treinador
O União Rondonópolis começou a temporada sendo treinado pelo caxiense Júlio Cesar Nunes, 36 anos. O profissional, com passagens por Esportivo, Glória, União Frederiquense e Passo Fundo, antecedeu o atual treinador Odil Soares. Júlio conhece Odil de enfrentamentos pelo campeonato mato-grossense.
Odil Soares, atual comandante do União, tem 43 anos e treinou o Ação no Estadual, com uma surpreendente campanha que resultou na terceira colocação no Mato-Grossense. Com isso, o clube conquistou vaga inédita na Série D de 2022. A carreira como técnico tem sido em Mato Grosso, com passagem por Luverdense, Cacerense e Dom Bosco, além de União, em 2019, e Ação.
— Em 2020, o enfrentei quando ele (Odil) estava no Dom Bosco. Ele tem jogadores que ele leva junto. Esse ano, estava no Ação, que fez grande campanha. Os jogadores que ele levou são o Odair, o Odail Junior, o Peixinho, são jogadores da sua confiança. O Odil Soares gosta muito de jogar numa situação de marcação e saída em velocidade. Tivemos muita dificuldade quando enfrentamos eles em 2020 — lembrou Julio Cesar Nunes.
Júlio Cesar Nunes trabalhou no União Rondonópolis em 2020 e no começo de 2021. Ele deixou o clube com 62,75% de aproveitamento no Campeonato Mato-Grossense. Além do Estadual, o treinador treinou a equipe na Copa do Brasil nas duas últimas temporadas.
— Ficamos um período longo lá. Em 2020, antes da pandemia, participamos do Mato-Grossense e da Copa do Brasil, contra o Atlético-GO. Depois, em 2021, retornamos no Estadual, até o final da fase classificatória, e também na Copa do Brasil, contra o Coritiba. É um clube de muita tradição e torcida. É a melhor estrutura física do Mato Grosso, tem um CT com quatro campos, estrutura de academia, fisioterapia. É um clube muito organizado — destaca Nunes.