Depois de garantir a classificação aos playoffs do Novo Basquete Brasil (NBB), o KTO/Caxias do Sul Basquete passa a pensar exclusivamente no seu confronto da segunda etapa da competição. Com o 12º lugar garantido na fase de classificação, o time gaúcho irá encarar o Bauru-SP, que terminará em 5º — o time paulista ainda joga nesta terça-feira (13), mas não muda de posição.
Depois de duas temporadas afastado da elite do basquete nacional pela falta de incentivo financeiro, a equipe caxiense conseguiu retornar para a temporada 2020/2021 após fechar relevantes parcerias e buscar jogadores renomados no cenário brasileiro, como o ala Eddy e o pivô Shilton.
Porém, para o técnico Rodrigo Barbosa, voltar após dois anos afastado não foi o mais complicado no retorno do time, mas sim a característica da competição em uma temporada cheia de adaptações por conta da pandemia do coronavírus.
— Não diria nem pela volta, mas pelo campeonato que foi. Muito difícil e equilibrado, que desde o início se viu que poderia ganhar de todos os times e perder de todos. Isso fez com que todo o jogo fosse uma preparação especial, em função de que não se tinha mando de quadra. Se tinha um adversário que sempre poderia te vencer e a atenção tinha que ser total — analisou Barbosa, admitindo que o time demorou a engrenar na competição por uma série de fatores:
— Vínhamos de dois anos parados, uma equipe nova e jogadores voltando de uma pandemia. Tudo dificultava esse processo de desenvolvimento do time, da formação de uma característica que uma equipe precisa ter. Tudo isso fez com que sofrêssemos um pouco mais, mas mostrou nossa força de trabalho, nossa organização como instituição, a partir do momento em que temos investimento para trabalhar. Fortalece a importância de um trabalho a médio ou longo prazo, que acaba te ajudando para que os resultados apareçam. Não conseguimos isso na primeira parte do campeonato, mas tivemos na segunda e conseguimos a classificação.
Passados os 30 jogos da fase classificatória, muito aprendizado foi tirado pela equipe gaúcha. Agora, a disputa será no sistema de melhor de três partidas, em uma adaptação feita por conta da pandemia. Apenas as semifinais e finais serão realizadas em melhor de cinco. As datas e a sede em que esses confrontos serão realizados devem ser confirmados ainda nesta semana pela Liga Nacional de Basquete (LNB).
Na fase classificatória, o Caxias Basquete perdeu duas vezes para o Bauru. No segundo jogo do time gaúcho na competição, em 20 de novembro do ano passado, a derrota foi por 74 a 54. No returno, no dia 27 de janeiro, os paulistas ganharam por 71 a 63. Na avaliação de Barbosa, esses confrontos servem como base, mas não decidem nada em uma fase de mata-mata:
— Agora é um outro campeonato. São situações diferentes. No nosso primeiro jogo contra o Bauru, lá no início da competição, nossa equipe ainda não tinha ritmo e eles vinham de um Campeonato Paulista. Foi um jogo em que nós não tivemos chances em algum momento, diferente do segundo turno, que foi equilibrado e decidido nos dois últimos minutos. Isso mostra a evolução da equipe e as possibilidades que temos de fazer um jogo mais competitivo e quem sabe conseguir a vitória. Agora, as duas equipes se conhecem, é um jogo de xadrez, onde temos que estudar bem o adversário e ver quais são as possibilidades, aquilo que podemos modificar para surpreender o adversário. Isso é muito comum em um playoff e não seria diferente agora.
A expectativa é de que a confirmação das datas das partidas contra o Bauru cheguem logo. Depois de chegar aos playoffs em seu ano de estreia, no NBB 8, fazer uma campanha inesquecível no NBB 10 e chegar nas quartas de final, a 13ª edição do principal campeonato de basquete do Brasil se apresenta com uma nova chance para o time caxiense fazer história mais uma vez.