“Quando retornam os jogos do meu time do coração?” Essa é a maior ansiedade dos fanáticos pelo futebol. Porém, é uma questão sem resposta em meio à pandemia. O amor e a saudade caminham lado a lado neste momento sem os jogos. Na quinta reportagem da série Histórias de Torcedor, apresentamos Moises Poegere, 37 anos, grená por influência de um amigo.
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Ele acompanha o Caxias desde os 13 anos. Aos 17, viveu intensamente a conquista do Gauchão de 2000 e faz parte de uma família de apaixonados pelo clube, incluindo a filha de seis anos. Valentina da Rosa Poegere é mais uma geração de torcedores da família. Um amor passado de pai para filha.
– Já incentivei colegas de trabalho, meus afilhados e agora minha filha, que sempre vai comigo e com a minha esposa. Ela gosta muito de ir no campo, entrar com os jogadores. Acho que esse sentimento de pai para filho passa ao natural, porque ela vê eu, minha esposa, os parentes e amigos, todos no estádio. Então, acaba absorvendo esse amor junto. Não tem como ser diferente – lembra Moises.
Valentina vai ao Centenário desde quando tinha oito meses. Uma relação que iniciou no colo da mãe ou do pai.
– Nos primeiros jogos da Valentina, ela era criança de colo. Então, ela ficava no colo meu ou da minha esposa. Depois, com dois ou três anos, ela começou a interagir, subir e descer os degraus do Centenário. O jogo que nos marcou foi a decisão contra o Grêmio, na final do primeiro turno, que a gente chegou cedo, acompanhou a passagem dos jogadores, até a comemoração. Foi praticamente o domingo inteiro. Desde o meio-dia, com churrasco, até a comemoração. Foi um dia bem feliz para ela, eu vi que se empolgou bastante – diz o pai, orgulhoso.
Hoje influenciador, um dia influenciado. Ainda jovem, Moises foi levado por um amigo, torcedor do Caxias, ao Estádio Centenário. A partir dessa influência começou um amor à primeira vista. Hoje, ele não perde um jogo ao lado da família grená, que inclui o cunhado André e as filhas dele, Laura e Bruna, além dos amigos Eduardo Mano, Paulo Campos e Edson Mano, e também sua afilhada Júlia Mano Velho.
– Meu sentimento pelo Caxias começou pela influência do meu amigo que é muito fanático, o Eduardo Mano. Na época que meu pai faleceu, ele começou a me levar no estádio. Então, ali que começou a minha paixão pelo Caxias – relembra o torcedor grená.
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Ídolo
No próximo domingo (21), o Caxias comemora os 20 anos da maior conquista do clube: o título do Campeonato Gaúcho de 2000, em cima do Grêmio. Moises presenciou aquela alegria com a confirmação da taça e fez parte das comemorações em Caxias do Sul, após o empate em 0 a 0 no Olímpico, em Porto Alegre.
– Eu acho que o que mais me marcou no Caxias foi o Campeonato Gaúcho de 2000, as vitórias, os jogos épicos, e no final a comemoração na Praça (Dante Alighieri), depois da conquista do Estadual – analisou.
Já são mais de 90 dias desde o último jogo do Caxias. Se for contar, a última partida com presença de torcida no Estádio Centenário, esse período aumenta. A última vez com público foi no dia 29 de fevereiro, no empate em 1 a 1 contra o Inter. Uma longa saudade.
– A minha maior saudade neste período é ir no campo, torcer para o meu Caxias, ver os amigos, comemorar, tomar uma cervejinha – finaliza Moisés.
Perfil do torcedor
Nome completo: Moises Poegere
Idade: 37 anos
Um Jogo marcante do Caxias: Caxias 4x3 Paysandu
Um ídolo do Caxias: Sou fã do Gil Baiano
Um gol do Caxias e por que esse? O gol do Mauricio, no primeiro Ca-Ju no Jaconi que fui, em 2000. Inesquecível.
Por que torce pelo Caxias? Tem a ver com amizade, paixão pelo esporte. Torcer para a vitória. O Caxias é um time muito intenso e faz com que eu nunca desista de ficar ali, na torcida sempre.
Qual o teu primeiro jogo no estádio? Não me lembro, mas foi pelo incentivo do meu amigo Eduardo Mano, eu tinha uns 13 anos.
Costuma assistir os jogos em que parte do Estádio? No alambrado. Sempre do lado que o Caxias ataca. Lugar carimbado.
Costuma assistir os jogos com quem? Uma galera de gente boa, grená, assiste o jogo comigo. Minha esposa Vanessa da Rosa, nossa filha Valentina da Rosa Poegere, que vai desde os oito meses. Meu cunhado André da Rosa e as filhas dele, Laura e Bruna da Rosa. Meus amigos Eduardo Mano, Paulo Campos e Edson Mano e também minha afilhada Júlia Mano Velho.
Ouça a reportagem na Rádio Gaúcha Serra