A ACBF continua com os treinos paralisados e no aguardo do retorno do futsal nacional. Normalmente, neste período, a equipe de Carlos Barbosa estaria disputando a principal competição do país, a Liga Nacional, que tinha início previsto para abril. Só que ainda não existe, sequer, uma previsão de quando ela irá acontecer.
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Ainda não há uma previsão de retorno das competições de futsal. Nos bastidores, a ideia é que dificilmente volta em maio. Um cenário otimista seria para o começo de junho. Uma mais realista, em julho. Outro mais pessimista para agosto. Provavelmente, o início será sem presença de público para evitar aglomeração.
Sem bola rolando, o clube teve quedas importantes nas suas receitas, com bilheteria, escolinhas, lojas e quadro social. Em março, perda de 8%. Em abril, quase três vezes mais, indo para 22%.
– Em março nós sentimos menos, porque as escolas de futsal estavam em andamento até um determinado momento, e tinha previsão de alguns jogos. Abril já sentimos mais, em virtude da Liga não começar e a escola não funcionar de forma normal – diz Francis Berté, gestor-executivo da ACBF.
Essa dificuldades passam pelo quadro social e uma queda de 30% devido a inadimplência. O clube chegou a ter 1.300 sócios, e hoje gira em torno de 1.000. Nas escolinhas, que estão paralisadas desde o dia 19 de março, o clube tem 400 alunos e núcleos em Carlos Barbosa, Garibaldi e Salvador do Sul. Além disso, seria expandido e abriria mais um em Bom Princípio, interrompido momentaneamente pela pandemia.
O clube tem uma loja no ginásio, que continua fechada, e outra dentro da empresa de um patrocinador. Essa última reabriu no dia 22 de abril, ou seja, ficou mais de um mês fechada. Na bilheteria, receita zerada porque não teve jogo. São prejuízos difíceis de serem minimizados.
– Estamos trabalhando forte em tentar dar exposição necessária para os patrocinadores em nosso site e redes sociais. Como não tem os jogos, não tem a visibilidade de TV e Streaming e tentamos compensar em ações. A escolinha estamos tentando passar conteúdos online para cada turma. Eventualmente, estamos ajudando hospitais com doações. Estamos usando a criatividade para que a marca da ACBF não seja esquecida neste período e que nossos patrocinadores possam ter contrapartida – afirma o gestor.
Em meio à pandemia, a equipe laranja doou um valor em dinheiro ao Hospital Beneficente São Roque, de Carlos Barbosa, além de oferecer as instalações do ginásio em caso de necessidade. Além disso, fez entrega de mais de três mil unidades de produtos de hidratação para a instituição.
Patrocinadores
Uma receita importante para os clubes vem dos patrocinadores. A ACBF conta com sete parceiros principais que continuam pagando os seus acordos neste período: Tramontina, Santa Clara, Joma, Cresol, Floresta, Rio Grande Seguros e Wunderman Thompson. A única saída, até o momento, foi de cota comercial numa placa dentro do Ginásio.
No quadro de funcionários, a ACBF conta com 43 colaboradores, entre atletas, profissionais, professores, funcionários e administrativo. Não houve mudanças neste número, mas alguns setores tiveram redução de jornada de trabalho.
Assim como grande clubes do mundo, que estão reduzindo o salários do atleta, a ACBF também adota essa medida. Inicialmente, houve a suspensão por tempo indeterminado, sem prejuízo de salario, depois férias e, a partir de agora, uma flexibilização na jornada de trabalho e salários em virtude da situação.
A ACBF tem 18 jogadores e mais sete profissionais da comissão técnica. Todos passarão a receber 50% a menos do pagamento da carteira (CLT) durante 15 dias. No contrato de imagem não haverá flexibilização.
– Por enquanto, a situação está equacionada com essa flexibilização e com ações que estamos fazendo. O que não dá é para essa situação perdurar por muito tempo – projeta Berté.