Um dos grandes ídolos da história do Esportivo conviveu com Valdir Espinosa, que morreu nesta quinta-feira (27), aos 72 anos, em duas oportunidades distintas. Leopoldo Benatti, o Raquete, foi companheiro de time em 1976 e depois foi jogador do técnico Espinosa, na campanha do vice-campeonato estadual de 1979.
— Ficamos dois ou três anos jogando juntos. Era um grande jogador, uma pessoa muito competente — lembra Raquete, que completa:
— Ele era muito bem quisto aqui na cidade (de Bento Gonçalves), muito bem relacionado. Todo mundo gosta dele.
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Espinosa chegou a Bento Gonçalves em 1976, através do diretor Osmar Migliavacca. Natural de Porto Alegre, ele havia despontado para o futebol como lateral-esquerdo no Grêmio e ainda tinha passagem pelo CSA.
— Ele veio para jogar no meu lugar, na lateral esquerda. Nos tornamos grandes amigos, ele jogou um pouco como titular, depois eu recuperei a posição. Após, teve momentos que jogávamos intercalados e, por vezes, ele na direita e eu na esquerda — recorda Raquete.
Bento Gonçalves marcou muito a vida profissional de Espinosa, afinal iniciaria ali uma carreira vitoriosa como treinador. O ano era 1979. No seu retorno a Bento Gonçalves, em 2014, o ex-treinador relembrou de como foi relutante para aceitar o cargo de técnico do Esportivo em entrevista ao Pioneiro:
— Estava encerrando a carreira de jogador e não queria ser técnico. Queria vender vinhos ou móveis. Saí de férias e, na praia, o Adilson, meia que jogava comigo, me chamou para um churrasco na casa dele. Fui e, quando cheguei, estava lá o diretor de futebol Osmar Migliavacca. Durante o churrasco, me fizeram o convite e respondi na hora: “nem pensar, quero vender vinhos ou móveis”. O papo seguiu até que aceitei. Terminadas as férias, fechamos uma parceria de respeito e eles me ajudaram muito. Isso foi importante para o vice-campeonato gaúcho e, a partir daí, ir ao Grêmio e conseguir o caminho até a longa viagem que terminou em Tóquio — recordou.
Jogador do Esportivo, Raquete lembra como foi aquele primeiro ano de Espinosa na casamata:
— Ele foi meu treinador em 1979 e começamos bem o ano, sendo campeão do Interior. Aí ele foi pro Grêmio, mas caiu rápido e veio embora. Voltou para o Esportivo e fomos vice-campeões gaúcho. Aí foi para o Grêmio de novo e se tornou campeão de tudo. Era um grande treinador, uma grande pessoa.
Espinosa faleceu na manhã desta quinta-feira (27), no Rio de Janeiro, cidade onde morava desde a década de 1980, em decorrência de complicações de uma cirurgia no intestino. Atualmente, ele ocupava o cargo de gerente de futebol do Botafogo.