“Eu sou camisa 10 e jogo pra frente. Na atividade, assumo o peso da responsabilidade. Arrumo no peito, vou pelo meio, eu chuto forte. Se a bola não entrou, eu já estou pronto pro rebote”.
A música da cantora carioca Taísa Mannon representa a vida do paraibano Renato Cajá, meia do Juventude. Aos 35 anos, ele está em sua terceira passagem pelo Estádio Alfredo Jaconi. Nas duas primeiras, entretanto, disputou apenas o Campeonato Brasileiro. Em seu primeiro Gauchão, Cajá carrega a responsabilidade de ser o principal jogador do Verdão e, por consequência, vestir a camisa 10.
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– Antigamente a responsabilidade era maior, mas com certeza o número 10 da equipe é alguém que apresenta algo a mais. Acredito ainda que o camisa 10 precisa ser diferente, mostrar uma qualidade maior e fazer o time vencer – comenta Renato Cajá.
A torcida do Juventude conhece muito bem estas virtudes. Na campanha de acesso à Série B, no ano passado, Renato Cajá foi extremamente decisivo. Principalmente no jogo chave, contra o Imperatriz-PB, quando marcou três vezes.
No total, nesta segunda passagem foram nove partidas, cinco gols e duas assistências. Embora o número de gols tenha sido superior ao de passes, assistir aos companheiros é um atributo instintivo do meia.
– O passe é minha arma maior, mas eu também gosto de marcar gols. Só que é uma característica quase automática. Eu poderia até segurar mais a bola ou finalizar, porém no instinto eu solto a bola – explica Cajá.
Nos tempos de Mogi Mirim-SP, quando atuava nas categorias de base, o camisa 10 do Juventude era ponta. Com o passar do tempo e o seu desenvolvimento como jogador, passou a atuar centralizado, como armador.
– Você não escolhe ser camisa 10, né? No caminhar da carreira, você conquista. Quando eu comecei, era ponta. Mas, a medida com que o tempo vai passando, os treinadores foram conhecendo minhas características e fui me encaixando. Quando colocam esse número nas suas costas, você tem que responder e fazer o que tem que ser feito dentro de campo – diz Renato Cajá, que é pessimista quando a renovação de jogadores com as mesmas características:
– São muitas mudanças táticas. Os técnicos preferem mais volantes no meio e jogadores rápidos pelas pontas. O meia cadenciado, às vezes, está ficando para o segundo tempo. É uma posição que vai acabar.
Sendo assim, vale acompanhar Cajá, um camisa 10 clássico.