O Lapidando Cidadãos tem um objetivo bem claro de atingir 5% da população de Vacaria, com idade entre 5 e 18 anos, algo em torno de 600 crianças. E tudo começa pela AMMA.
A instituição atende 230 delas no turno inverso ao da escola, com atividades recreativas, esportivas e escolares. Quase todos os atendimentos são para meninos e meninas em situação de vulnerabilidade – na grande maioria, os pais estão trabalhando e não há outra pessoa que possa resguardar o menor. No local, também é garantida uma refeição.
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A AMMA é a grande central e que hoje conta com uma quadra rápida (de cimento) de alto nível, construída há menos de um ano. Os outros dois braços são os colégios, tendo também uma quadra na Pedacinho do Céu. Os alunos que chamam atenção, logicamente partem para o Tênis Santa Tereza, onde as equipes de competição treinam no piso de saibro.
— Nós temos um olho clínico para observar a coordenação motora, como desenvolve o jogo, a pegada na raquete. A gente busca dos outros centros, olhamos os treinos e escolhemos para a parte da competição. Aqui eles começam bem cedo, com quatro a cinco anos. Quando chegam nos sete ou oito fica mais fácil para lapidar esses talentos — ressalta André Luz, coordenador técnico do projeto.
No grupo de competição, são cerca de 100 crianças. Lógico, nem todos ali sairão como atletas formados e prontos para brilharem nas quadras do mundo inteiro. O maior objetivo de toda essa mobilização ainda está no futuro de todas essas pessoas envolvidas.
— Queremos fazer um cidadão, não temos o projeto de formar um jogador. Isso está sendo trabalhado aos poucos. Se um só desenvolver para competição, vai ter atenção maior. Mas, primeiro, é ensinar o que pode e o que não é certo, mentalmente fazer eles ficarem fortes. Tudo isso é mais importante, porque na vida eles terão muitas derrotas e não podem desistir. Eles têm que levantar a cabeça e seguir fortes — ressalta André Luz.
A lógica é simples e que alguns ainda não acreditam que seja eficaz: o esporte forma bons cidadãos, antes de simplesmente criar atletas. É isso que se põe em prática em Vacaria.
Ouça a reportagem especial feita para a Rádio Gaúcha Serra: