Um dos principais atletas formados pelo Juventude foi o zagueiro Dante, campeão da Copa das Confederações de 2013 pela Seleção Brasileira e atualmente no Nice, da França. O atleta chegou ao Estádio Alfredo Jaconi com 18 anos, em 2001, e deixou o clube ao final de 2003, após disputar o Campeonato Brasileiro Série A por duas temporadas.
Baiano de Salvador, Dante chamou a atenção de Péricles da Costa, então treinador das categorias de base do Verdão, em uma partida no interior de São Paulo, após a equipe alviverde realizar um treinamento preparatório para a Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Péricles fala com orgulho de atletas revelados por ele ao longo da carreira, seja como técnico, coordenador ou observador. Entre eles, o ex-volante Camazzola (aposentou-se em 2016), o lateral Rômulo Caldeira (Brescia-ITA) e o volante Adílson (se aposentou recentemente no Atlético Mineiro). Contudo, o atleta que lhe deu maior satisfação foi o zagueiro Dante.
— Ele é minha maior estrela. Naquela época, acumulava a função de treinador com a captação. Estava no sub-17 e fui como auxiliar do Plein (José Luiz) para a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Fizemos um treino em Indaiatuba-SP, no campo do Primavera, e depois começou uma pelada com jogadores da região e fiquei olhando. O Dante jogando de meia, camisa 10 e grandão, me chamou a atenção. Depois do treino, convidei ele para ser jogador do Juventude, mas como volante. Horas depois, dois empresários deles me ligaram, um de São Paulo e outro da Bahia, e acertamos a contratação — conta.
Difícil missão de revelar caxienses
Recentemente o Juventude revelou jogadores como os caxienses Alex Telles, Bressan, Gustavo Campanharo e Gabriel Valentini, além do gramadense Ramiro e do bento-gonçalvense Felippe. Entretanto, a maior parte dos atletas que compõem as categorias de base do clube e chegam ao profissional não é da Serra Gaúcha. Essa é uma equação que Péricles procura resolver, mas ainda não conseguiu:
— Estou no Juventude desde 1996 e vejo que nós temos dificuldades de revelar jogadores daqui. É uma tese para doutorado. Não tenho a resposta. Imagino que seja pela condição da cidade, que tem muitas oportunidades de trabalho em outros setores. Para nós seria muito mais interessante ter atletas locais, pois o custo com alimentação e moradia seria muito menor. É muito mais caro trazer jogador do Maranhão ou da Bahia. Aqui em Caxias, ainda que tenhamos o Alex Telles, tem sido difícil.