O rumo do Caxias está traçado e o caminho é de continuidade. Empresário, Paulo Cesar Santos é o candidato do grupo gestor à presidência grená em 2020. Sem concorrência, o atual diretor da categoria de base será empossado – ao lado dos vices Márcio Biazus e Valmor Miola.
— Não esperava isso. Sempre sugeri outros nomes — afirmou.
Dando sequência ao que ocorre desde 2016, Cesar pensa em um clube sustentável. Se o sonho da Série C esteve perto, o diretor acredita na união do Caxias para chegar ao acesso.
Natural de Garibaldi, o empresário tem aos 44 anos a missão de tirar o clube grená do porão da Quarta Divisão, mas sem esquecer de manter a recuperação organizacional. O candidato e futuro presidente falou ao Pioneiro sobre seus pensamentos para o ano de 2020.
CLUBE UNIDO
Paulo Cesar Santos: Tem algo bem específico. A mobilização das pessoas que passaram pelo Caxias. Elas estão longe, mas continuam com a paixão. Têm que voltar para o clube. Apoiar, sendo sócio, comendador, conselheiro e abrindo portas. Precisam ser ouvidos.
CATEGORIA BASE
— O Lairton (Zandonai, coordenador da base) faz um trabalho muito bom dentro das condições que temos. Somos limitados por conta do custo, mas se cria jogadores com a identidade do clube. Têm meninos jogando a Copinha com 17 anos. Não temos o sub-20, mas um grupo veio nos apresentar um projeto. É um grupo que está próximo ao Caxias e que nem sempre consegue ser ouvido. Queremos abrir espaço para apresentarem o trabalho deles, sendo um sub-20 sustentável e não onerando o clube. Eles podem dar suporte ao profissional como dirigentes, que a gente precisa criar no Caxias.
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O FUTEBOL
— A estrutura e a gestão do Caxias hoje estão muito bem organizadas e vamos manter esses pilares. No futebol foi onde teve a maior ruptura, com a saída do José Caetano Setti, que pediu um tempo para dar uma respirada, e o Valdecir Bersaghi, que sempre esteve ao nosso lado. Temos nosso presidente (Vitacir Pellin), que é um conhecedor do futebol. A decisão do Ademir (Bertoglio, gerente grená) vir foi um consenso do grupo gestor, no qual também me incluo. Temos que começar já o trabalho, a pensar no Gauchão, na Copa do Brasil e na Série D. Mas o departamento será estruturado após a eleição.
SEQUÊNCIA DE LACERDA
— Está tudo em análise. Entendemos que ele faz um belo trabalho. Tem um perfil de líder, que se precisa de um treinador. Amadureceu muito no Caxias e pode dar muitos frutos. Mas o trabalho tem que continuar. Estamos observando.
SAÍDA EM 2015
— Eu era vice-presidente. Um momento de turbulência no clube. O rebaixamento no Gauchão foi no dia do meu aniversário de 40 anos, lá em Novo Hamburgo. Eu estava dirigindo o ônibus. Depois, tivemos quatro rodadas da Série C e a parada para a Copa América. Mobilizei o conselho e alertei que seríamos rebaixados na Série C. Veio a decisão de manter a forma como se estava trabalhando. Como não via uma condição de melhora do clube, saí chateado. Falei que traria o ônibus de volta para minha empresa. Mas, na mesma semana, troquei valores de cheques por dinheiro para que o futebol pudesse viajar. Então, nunca deixei de apoiar o Caxias. Mesmo não concordando com a gestão que estava se colocando no futebol.
SONHO DO ACESSO
— Há muito trabalho feito pelo Setti e por pouco o acesso não veio. Foram belos grupos e com Estaduais muito bons. Temos que partir desse patamar para cima. Se não tiver mobilização de todos, não é o Paulo Cesar que terá êxito nessa missão. Todos que têm a alma grená precisam comprar essa briga. Eu vou só segurar o timão, mas tem que ter muita gente remando ao meu lado.
CESARTUR NO CAXIAS
— A gente disponibiliza ônibus e motoristas para o Caxias. Temos os projetos do Fiesporte para financiar o transporte dos meninos da base. Não tem como passar do portão do Caxias e não ajudar o clube com um pouco do bolso. Ninguém consegue tocar isso sozinho. Talvez no passado possa ter sido assim, mas não dá mais. Deixei bem claro para concorrer a presidente, temos uma limitação financeira e não podemos misturar com as coisas do Caxias. Muitas vezes, eu que transportava o ônibus para enxugar o custo. Se efetivado como presidente, não vou conseguir mais, porque há outros compromissos. Vamos olhar muito próximos o trabalho do futebol. Precisamos de resultados e vamos cobrar, como fazemos na empresa.
SITUAÇÃO FINANCEIRA
— De todos os anos que acompanho o Caxias, nunca esteve em uma situação tão serena, tão bem administrada como esse momento. A administração é transparente. As pessoas que estão lá são sérias, do bem e estão trabalhando em prol do clube. Estamos com todas as receitas (Gauchão e Copa do Brasil) à disposição para 2020.
EXPECTATIVA PARA 2020
— Transparência, seriedade e muito trabalho. Não vai faltar esforço para alcançarmos os objetivos. Um bom Gauchão e Copa do Brasil e, nos 85 anos do clube, o acesso para a Série C.