Caxias do Sul está de volta ao Troféu Brasil de Atletismo, uma das principais competições esportivas do país, após mais de uma década sem representantes. Desde que a Universidade de Caxias do Sul deu fim aos projetos de alto-rendimento, a Serra Gaúcha não colocou mais atletas na elite da modalidade.
No entanto, este período será encerrado por Deyse Santos, da equipe Flávio Running, às 17h30min desta quinta-feira (29). O serviço de streaming da Confederação Brasileira de Atletismo anuncia a transmissão.
A corredora, de 31 anos, alcançou o índice para a prova de 10km com tempo de 39min02seg - 38 segundos abaixo da marca de classificação - e estará dividindo a pista do Centro Nacional de Atletismo, em Bragança Paulista (SP), com as principais corredoras do país.
— Eu quero melhorar minha marca primeiramente, porque é uma competição com nível muito forte e são atletas profissionais. Nós somos simples atletas amadores, que estamos sempre nos dedicando. Mas consegui esse feito e, com certeza, é bom para o meu currículo — acredita Deyse.
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O resultado já representa muito para o esporte na Serra Gaúcha, por quebrar mais de uma década sem representação, e claro para o técnico Flávio Lima. Além de treinador, ele é marido de Deyse e com quem divide uma rotina intensa de treinamentos.
— Ainda não caiu a ficha. Ela conquistar isso e eu chegar lá como treinador, marido e companheiro dela. Vou colocar no currículo que levei uma pessoa para o Troféu Brasil depois de uma década, mesmo estando na segunda maior cidade do Rio Grande do Sul — exalta Lima.
Acompanhe a entrevista ao Show dos Esportes a partir dos 54'
A busca por índice de participação na principal competição de atletismo do país já vem de algum tempo e também exigiu adaptações. Em 2018, Deyse ficou três segundos acima de uma vaga nos 3 mil metros com barreiras. Um resultado ótimo, a se contar que a cidade não tem estrutura para esse tipo de prova e os treinos foram improvisados.
Nesses dois anos, a dupla também representa a Associação dos Corredores de Torres, que está filiada a Confederação Brasileira de Atletismo. Sem esse apoio, não haveria como chegar ao Troféu Brasil, que é fechado para clubes federados. Graças as adaptações e aos treinos pesados nos últimos 60 dias, Deyse alcançou o grande objetivo.
— A gente aperfeiçoou a velocidade dela e trabalhamos alguns estágios. Eu vi que teria chance de chegar no 39min40seg sem muito esforço. Mas também são os 17, 18 anos de lastro que ela tem treinando. Agora, a gente coroou todo esse trabalho — destaca Flávio.
A partir desta quinta, Deyse realiza mais um capítulo na sua história desportista. Quem sabe abra mais portas na cidade e incentive novas atletas aos treinamentos, que exigem alta intensidade.
— O Flávio fez um trabalho específico para essa prova (na Sogipa, em julho) e conseguimos o tempo. Agora é colocar em prática e ir em busca daquilo que eu quero: manter ou melhorar a minha marca — finaliza Deyse.