Em quatro anos, o que era apenas um hobby se transformou em um sonho profissional. Tanto que em novembro, Rodrigo Osório Lima, 23, planeja estar em Las Vegas, nos Estados Unidos, para disputar o Campeonato Mundial de Esportes de Força. Ele compete na categoria júnior – 20 a 24 anos –, até 60kg.
A vaga foi conquistada em junho, em uma seletiva em Caxias do Sul, e o atleta agora busca recursos que viabilizem a viagem, algo em torno de R$ 8 mil. Para isso, o estudante de educação física distribuiu cartazes nas academias em que trabalha e planeja organizar uma rifa.
A história de Rodrigo com o esporte começou em 2015, quando resolveu procurar uma atividade que o ajudasse a desenvolver sua força física, visto que trabalhava em uma área que exigia muito esforço. Entretanto, no início, ele não imaginava que a musculação seria tão importante em sua vida.
– Trabalhava com máquinas, mas não tinha força. Então, comecei a praticar musculação para aumentá-la. A partir de então, comecei a treinar e gostar – conta Lima.
Desde que começou a graduação em educação física, o agora atleta dedicou-se completamente à musculação, juntando hobby e profissão. No terceiro semestre do curso, Rodrigo começou a estagiar e treinar na academia Hulk’s Gym. Em certo momento, André Triches, seu chefe, o viu treinando e o instigou a investir no levantamento de peso, a partir de um treino apropriado.
Até chegar à vaga no Mundial, foram quatro títulos. Primeiro, Rodrigo venceu o desafio de academias, organizado pelo Sesc. Em seguida, conquistou o Estadual e o Brasileiro. Depois, veio a seletiva. Se conseguir custear a viagem, Rodrigo embarca para Las Vegas na segunda semana de novembro e disputará o título com competidores do mundo inteiro.
– Primeiro, pensei em fazer uma vaquinha online, mas, nestes casos, fica uma porcentagem muito alta para o site. Então, comecei a utilizar as redes sociais para divulgar uma vaquinha solidária. No começo foi mais difícil, mas agora já conto com o apoio de algumas pessoas. Entretanto, ainda não cheguei nem na metade do valor.
Com a vaga conquistada, o atleta intensificou os treinos, aprimorou a alimentação e também está realizando trabalhos direcionados ao sistema psicológico. Outra preocupação é com o idioma local:
– Eu não sei falar absolutamente nada de inglês. Já me indicaram um professor particular, séries que ajudam na compreensão, além de alguns aplicativos. Mas acredito que ainda tenha bastante tempo até novembro, sei que não vou aprender muita coisa, mas vou saber me virar, pelo menos.
Tradição serrana
De acordo com o vice-presidente da World Association of Becnhers and Deadlifters (WABDL) na América do Sul, Vilmar de Oliveira, há cerca de três anos nenhum representante da Serra Gaúcha participa do campeonato. Para a próxima edição, ainda não há competidores com os documentos necessários em mãos.
O evento existe desde 1997 e mais de dez serranos já foram campeões. O último, inclusive, foi o próprio Vilmar, que acumula 18 títulos mundiais.
Na história da competição, a vencedora com idade mais avançada da América do Sul é da Serra Gaúcha. Malvina Basso venceu o campeonato aos 72 anos, em 2001. E a mais nova também: Gabriela Damacena, que foi campeã aos 14.
Agora, outro jovem atleta busca uma conquista expressiva em seu início de carreira. Os interessados em colaborar com o competidor podem depositar qualquer valor na conta-poupança da Caixa: 19594-8, agência 1590, em nome de Rodrigo Osório de Lima.
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