Se perguntar o número de medalhas, ela não sabe. A quantidade de gols e vitórias? Incontáveis. Assim é a carreira de Diana Santos, caxiense de 27 anos, fã de Ronaldinho Gaúcho e Falcão, e uma das oito melhores do mundo do futsal. Atualmente nas Leoas da Serra, foi com o time de Lages-SC que, no último domingo (22), conquistou o Mundial de Clubes.
Três dias depois de ajudar a bater o Atlético de Madrid, no Oeste Catarinense, na decisão do Intercontinental, a fixo Diana aproveitou os cinco dias de folga para ver a família. De quebra, aproveitou, na sexta-feira (28), para bater uma bolinha na quadra onde tudo começou, no Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendonza, no Cinquentenário.
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— Estar aqui é ter um filme passando pela cabeça, relembro de muitas coisas, dos treinamentos. Foi uma parte muito importante, que me deu base para conquistar tudo isso e seguir nesse sonho de ser jogadora de futsal. Sempre foi muito sofrido. Antigamente era mais difícil para tudo, até pela questão financeira. Minha vó ajudou muito. Comecei no Cristóvão, nos colegiais e em alguns torneios — relembra a jogadora, hoje formada em Educação Física pela Uniasselvi, em Blumenau-SC.
Antes de ser a capitã do melhor time do Brasil e de ser a número 8 do mundo — em 2018 ficou entre as cinco melhores — Diana viu sua carreira crescer gradativamente. Mas, como lembra, tudo se iniciou mesmo em uma brincadeira levada a sério, há 12 anos, por influência do irmão Vinícius.
— Joguei uma Taça Brasil sub-15 e sub-20 pelo Chimarrão de Estância Velha em 2007. Ali foi onde dei o pontapé inicial para jogar profissionalmente. Em 2008 e 2009 joguei em Caçador (SC), em 2010 fui para Brusque e lá fiquei no Barateiro Futsal até 2016. Um ano depois arrisquei um pouco mais e fui fazer parte das Leoas da Serra, onde estou atualmente — cita Diana, que se diz plenamente realizada na profissão que escolheu, enquanto concilia os jogos e treinos com o mestrado em Ambiente e Saúde, na Uniplac:
— É muito mais do que eu imaginava. A gente sempre sonha, mas nunca imagina tantas conquistas. Sempre tive o sonho de ser jogadora. Se tiver que fazer outra coisa, não sei o que fazer. Nunca imaginei que teria tantas conquistas, mas sempre almejei chegar numa Seleção e ser campeã de tudo o que eu jogasse.
Diana, a Di 07, retorna para Lages, onde mora com a irmã Tamara desde 2017, neste domingo (30) para uma nova pré-temporada. Os próximos desafios são os Jogos Universitários de Santa Catarina e a Taça Brasil de clubes, onde seguirá defendendo as Leoas da Serra. , que mora em Lages desde 2017 com a irmã Tamara.
Torcida onipresente
Mesmo há tanto tempo longe de casa, Diana nunca está só. A Di, como é chamada pelos mais próximos, sempre conta com o apoio ferrenho da família.
— A minha família é a base de tudo. Estão sempre do meu lado, me apoiam, vão nos jogos, dão força. Me incentivam a sempre ser melhor e buscar meus objetivos — se emociona.
A mãe de Di, Adriana Santos é suspeita e fala com o coração, mas também escolhe a filha como a melhor do mundo com argumentos técnicos:
— Existe a melhor do mundo, mas para nós ela sempre será a número 1. Ela é a nossa Di. Ela dribla, olha as armações de jogo, os gols saem muito das jogadas dela. A gente pede pra ela soltar o pé e ela diz "mãe, tenho de dividir a bola com as meninas". E ela segue humilde, vai e volta com essas taças, é a capitã — conta a mãe de Diana, Vinícius, Tamara, Samara e Thaylaine.
O pai Oneide, os avós Zilma e Jorge, o ex-técnico Rogério e os sobrinhos Arthur Caio, Arthur Gabriel e Thayana, completam a torcida particular de Diana.
— É uma emoção muito grande porque a Diana começou no Cristóvão e saiu bem cedo de casa. A gente tem o maior orgulho, está sempre babando e, quando consegue, acompanha os jogos. Ela sempre sonhou muito e sempre incentivamos — acrescenta Adriana, uma das torcedoras que acompanhou a jogadora na manhã desta sexta.