Cesar Mincato e Tiago Fiamenghi completaram sua longa e dura jornada. Nos Estados Unidos, os dois caxienses pedalaram cerca de cinco mil quilômetros, uma média de 550 por dia, e concluíram a Race Across America, uma das provas de ciclismo mais difíceis do mundo, em nove dias, sete horas e oito minutos.
Durante esse período, a dupla dormiu cerca de uma hora e meia por dia, dentro de uma van. Em relação à alimentação, também não havia glamour algum porque, como não contavam com motorhome, se alimentavam com itens prontos, como frutas, por exemplo.
— Eu chegava, comia e deitava cerca de 45 minutos, então já era hora de levantar e ficar pronto para trocar de novo. Acho até que essa parte de alimentação e descanso vai começar agora, depois que terminamos a prova — explica Fiamenghi.
Não bastasse esse empecilho, ainda houve duas quedas, uma de cada um. A primeira ocorreu no terceiro dia de prova, e Tiago contou até com auxílio médico.
— Quando eu me aproximava da primeira grande montanha do Colorado, não sei se pelo frio ou pela falta de força, a bike começou a tremer e eu não consegui segurá-la. Logo que eu levantei, já tinha um enfermeiro do meu lado, perguntando se podia mexer em mim. Então, vi que não tinha quebrado nada, mas estava esfolado — lembra Fiamenghi.
Ele ficou no hospital por cerca de quatro horas. Assim que o médico informou que ele estava bem e poderia retornar à prova, Tiago se dirigiu ao local e trocou de turno com Cesar, que estava pedalando havia mais de seis horas consecutivas.
A queda de Cesar aconteceu no sétimo dia. Entretanto, a gravidade foi menor, se comparada ao tombo de Tiago.
— Eu fui comer uma banana, numa reta. Então, tirei uma mão do guidão e, quando passei por um buraco, a bike me derrubou. Só tive tempo de me jogar na grama, mas deslizei cerca de seis metros. Por sorte, só bati o joelho e raspei um pouco as pernas, mas a bike continuou inteira. Então, levantei e continuei pedalando — conta Mincato.
Os idealizadores do projeto Bike&Wine (bicicleta e vinho) terminaram o desafio na quinta posição entre seis equipes na categoria entre 18 e 49 anos. A dupla caxiense foi a única representante do Rio Grande do Sul. Além deles, também havia, em diferentes categorias, brasileiros competindo com uma dupla, um quarteto, e dois competidores solo.
— Tu precisa te manter mentalmente acreditando que é possível, porque essa prova é impossível. A parte mais difícil é manter a fé e acreditar, pois as adversidades (frio, calor, quedas, fome, sono) são coisas do dia a dia, mas quanto você se expõe a algo assim, se tu não acreditares que é possível, torna-se praticamente impossível concluir a prova - explica Mincato.
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