O Estádio Alfredo Jaconi viveu uma noite de 1999, outra vez. Assim como foi há 20 anos, a equipe alviverde recebeu em casa o Botafogo. Naquela oportunidade, o primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil foi em Caxias do Sul e a decisão do título no Rio de Janeiro. Com mandos invertidos, o 11 de abril de 2019 ficará marcado como mais um dia histórico para o clube.
Em um jogo difícil nesta quinta-feira (11), o Juventude fez 2 a 1 sobre o Botafogo, pela terceira fase da competição nacional e garantiu classificação. Foi um jogão de muita emoção e lembranças de um clube que quer se reconstruir nesta temporada.
Assim como aconteceu no Rio de Janeiro, na partida de ida, Juventude e Botafogo não deixaram faltar emoção nos 45 minutos iniciais. Tanto é que, logo aos cinco minutos, o Botafogo já chegava ao gol, mesmo que anulado.
A partir daí, o Juventude passou a ser dono do jogo e, pela primeira vez no ano, empilhou chances de gols. Na primeira delas, aos sete, Dalberto invadiu a área, mas acabou desequilibrando antes da finalização. O chute saiu fraco. No minuto seguinte, Moisés fez jogada pela esquerda, cruzou e Braian Rodríguez, de carrinho para finalizou para fora.
Aos 11, Dalberto concluiu forte, mas Gatito feza ótima defesa. Aos 19, jogada pela direita com Vidal. O lateral cruzou e, de novo, Dalberto chutou. Em cima da marcação.
A reação do Botafogo foi mortal. Aos 32, Jean deu passe às costas da defesa alviverde, que parou. A bola chegou até Cícero, que só tocou na saída de Marcelo Carné: 1 a 0 Botafogo.
Ainda assim, o Ju seguiu mais perigoso.A expulsão de Alex Santana, da equipe carioca, só tornou mais forte as tentativas do time de Marquinhos Santos.
Aos 44, Denner chutou para fora. Aos 47, Dalberto cabeceou sem a direção correta. Mesmo perdendo, o Juventude foi aplaudido para o intervalo.
45 minutos de redenção
A volta dos vestiários foi em alta intensidade. Logo no primeiro minuto, Genilson se enrolou todo para fazer o corte e a bola sobrou para Diego Souza. O atacante alvinegro ganhou no corpo, mas concluiu para fora.
Aos seis, mais um gol invalidado para os cariocas. Diego Souza recebeu livre na pequena área e vazou Carné, mas o impedimento já havia sido marcado.
O Ju levou perigo, de fato, aos 11. Tabela pela direita e Denner encontra Eltinho centralizado. O lateral puxa para a canhota e chuta perto do gol de Gatito. Um minuto depois, Breno limpou na esquerda e finalizou com curva. A bola explodiu no travessão do goleiro paraguaio, que apenas olhou e torceu.
O tempo passava e as tentativas do Juventude não surtiam efeito. Porém, aos 15, apareceu um jogador que pouco fez no Gauchão, mas que é decisivo na Copa do Brasil: Braian Rodríguez. O criticado e desacreditado centroavante – que acabou indo para a reserva no jogo da ida – aproveitou cruzamento de John Lennon e numa dividida típica de camisa 9, tocou no canto direito de Gatito: 1 a 1 para o delírio nas arquibancadas.
O Botafogo quase retomou a frente do marcador, aos 20. Diego Souza recebeu em velocidade e avançou em contra-ataque. O experiente atacante tentou o toque por cima de Carné. A bola foi pela linha de fundo, ao mesmo tempo que o jogador do Botafogo foi para o chão, com uma lesão na perna esquerda.
A partir daí, a preocupação com as penalidades tornaram o jogo mais tenso e com poucas chacnes. Porém, era noite do Papo reencontrar sua história no Alfredo Jaconi.
E assim, aos 44, Fellipe, formado na categoria de base do clube, avançou pela esquerda e passou para Breno. O atacante rolou para Dalberto, livre, mandar para o gol. O jogador que havia parado em Gatito Fernandez, comemorou a redenção.
O 2 a 1 para reviver 1999 outra vez. Com grande atuação, o Juventude está na quarta fase da Copa do Brasil.
Copa do Brasil - 3ª fase - Jogo de volta
Estádio Alfredo Jaconi - 11/4/2019
Juventude 2x1 Botafogo
Juventude: Marcelo Carné, Vidal (Rafael Bastos, 34'/2°), Genilson, Sidimar e Eltinho (Fellipe, 28'/2°); Rafael Jataí (Breno,46'/1°); John Lennnon, Moisés, Denner e Dalberto; Braian Rodríguez. Técnico: Marquinhos Santos
Botafogo: Gatito Fernandez, Marcinho, Marcelo Benevenuto, Gabriel e Gilson; Jean, Alex Santana, Cícero; Erik (Pimpão,32'/2°), Diego Souza (Igor Cássio,20'/2°) e Luiz Fernando (Rickson,38'/2°).Técnico: Zé Ricardo
Gols: Cícero (B); Braian Rodríguez e Dalberto (J). Árbitro: Vinicius Furlan, auxiliado por Daniel Luis Marques e Bruno Salgado Rizo (trio paulista). Vermelho: Alex Santana e Jean (B). Amarelos: Rafael Jataí, Braian Rodríguez, Denner (J), Gatito Fernandez, Alex Santana, Cícero (B).