Chegou a hora de pensar na frente e calcular os acertos da atual temporada para o Caxias do Sul Basquete/Banrisul. Após a eliminação do NBB 10, segunda-feira, diante do Mogi/Helbor, a equipe caxiense pensa na edição 2018/2019 da elite do basquete nacional, que deve começar em outubro.
Além da campanha histórica, a atual temporada trouxe também números expressivos dentro e fora de quadra para o Gambasquete. Foram 20 vitórias na competição — 16 na fase de classificação e quatro nos playoffs—, sendo 12 delas dentro do Ginásio do Vascão, que esteve com lotação máxima em quase todos os jogos.
A média de público como mandante do Caxias chegou aos 1.140 torcedores. Os números mais expressivos foram registrados no Ginásio do Sesi, nas derrotas para Minas, com 2,2 mil torcedores, e Flamengo, com 3.486 pessoas, no maior público da história do basquete na cidade.
Para Rogério Caberlon, presidente da Federação Gaúcha de Basquete (FGB) e um dos fundadores do Caxias Basquete, a campanha no NBB 10 faz o time mudar de patamar dentro da realidade esportiva da cidade:
— Superou todas as expectativas. Estamos muito felizes com o que aconteceu. O maior ganho é que a comunidade está discutindo basquete nas ruas. O pessoal está vendo os outros jogos além do Caxias.
Na mesma linha, o técnico Rodrigo Barbosa comemorou a evolução do ano passado:
— É um crescimento muito grande em relação a última temporada. Fora e dentro da quadra. Temos que olhar dessa forma porque sabemos nosso tamanho, a dificuldade e o nível que é o NBB.
Visibilidade e investimentos
Para o NBB 11, a expectativa é de crescimento. O Caxias Basquete deixou de ser apenas um coadjuvante no cenário nacional e quer ir além. Hoje, os jogadores se reapresentam para a despedida do grupo desta temporada, e algumas conversas já serão encaminhadas para renovação de contrato.
Algumas peças serão difíceis de segurar, como o ala Cauê Borges, principal nome do time e jogador mais valorizado do campeonato. Outros, como Paranhos, tiveram uma valorização no mercado. O não descarta a possibilidade de seguir em Caxias:
— O meu sentimento pela cidade é o maior possível. Meu carinho com esse time é muito grande. Tenho o desejo de permanecer, mas não depende só de mim. Tem outros fatores como a organização do time e o planejamento. Vamos pensar nisso nos próximos meses.
Para que esses acertos com os jogadores aconteçam, é preciso também o encaminhamento com os patrocinadores.
— Renovando com o Banrisul temos o aporte estrutural da casa. Depois, vamos ver o tamanho que essa construção vai ter. Queremos contar com todos os atuais parceiros, e precisaríamos de mais um apoiador maior, talvez uma empresa da cidade. Acredito que, com a visibilidade que tivemos, podemos alcançar isso — diz Caberlon, que acredita que algumas partes estruturais necessitam evoluir:
— É importante dizer que temos um grande grupo de pessoas ajudando. Além da diretoria, tem mais de 30 pais dos jovens das categorias de base que participam ativamente. Agora, o desafio é maior. Todo mundo vai esperar que se faça igual ou melhor no próximo campeonato e precisamos melhores para continuar crescendo.
A próxima temporada
Um dos trunfos para conseguir os investimentos necessários para montar um novo time de qualidade está na grande visibilidade que a marca Caxias do Sul Basquete obteve na atual temporada. Consequentemente, as empresas expostas na camisa do time ganharam maior relevância.
A expectativa é de que o grupo que comanda o Caxias não encontre as mesmas barreiras dos anos anteriores, quando houve grande dificuldade na busca por patrocinadores.
Nunca a equipe caxiense teve tantas partidas transmitidas pela televisão ou via internet. Foram 10 exibições pelo canal fechado Sportv, duas pela paulista Band, em TV aberta, além de seis partidas através do Facebook e do Twitter da Liga Nacional de Basquete (LNB). Tudo isso gera um retorno mídia espontânea estimada pela equipe de marketing do Caxias em aproximadamente R$ 25 milhões para quem estampou seu nome no uniforme do time caxiense.
Para a temporada 2018/2019, ainda existe a possibilidade do time disputar pela primeira vez uma competição internacional. Caso o Basquete Cearense não passe pelo Paulistano (a série está em 2 a 1 para os paulistas e o quarto confronto ocorre hoje), a equipe de Rodrigo Barbosa termina na sexta colocação o NBB 10. Na atual temporada, por exemplo, o Mogi, sexto lugar na edição passada, foi convidado para disputar a Liga das Américas por punições impostas às equipes venezuelanas, que não puderam participar das competições continentais. Caso essa situação se repita, a equipe de Rodrigo Barbosa pode ser um dos participantes brasileiros da Liga Sul-Americana.