Uma década de trabalho reconhecida em uma partida. Um dos idealizadores e figura decisiva na continuidade do Caxias do Sul Basquete/Banrisul, o técnico Rodrigo Barbosa estará no Jogo das Estrelas do NBB 10, neste domingo, a partir das 12h30min, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
Aos 42 anos e com mais de duas décadas de basquete, o treinador gaúcho foi escolhido pelos técnicos e capitães das equipes que disputam o campeonato para ser o auxiliar do time NBB Brasil, que será comandado por Gustavo de Conti, do líder Paulistano
Entre os treinadores selecionados, Barbosa é o único que não está em um dos times do G-4 da competição – o time NBB Mundo será comandado por José Neto, do Flamengo, e Helinho, do Franca.
Após a temporada em que o time não foi bem, o NBB 10 vem sendo a redenção do treinador e do Caxias Basquete. Com a classificação garantida aos playoffs, o treinador falou sobre o momento do time e o futuro, com a próxima temporada bem encaminhada em vários pontos.
O Jogo das Estrelas começa às 10h, com os desafios individuais (enterradas, habilidades e arremessos de três pontos), com transmissão da RBS TV. Às 12h15min, o Sportv 2 inicia a transmissão do confronto entre NBB Brasil e NBB Mundo.
Entrevista:
Jogo das Estrelas
– O mais legal disso é que a escolha foi através da votação dos capitães dos times e dos outros treinadores. É diferente dos jogadores, que têm a votação popular. Essa é de quem está no meio do basquete, vivendo o dia a dia do campeonato. Então é um reconhecimento muito bacana. Eu estava na concentração, em Mogi das Cruzes, vendo um jogo na TV. Uns 30 segundos antes de aparecer na transmissão, a nossa assessora mandou uma imagem do Twitter que a LNB tinha publicado. Quando acabei de ler a mensagem, vi na televisão e fiquei sabendo, porque até ali a liga não tinha me comunicado nada.
Reconhecimento
– Sempre falei que tudo que eu faço tem dois aspectos. Um é de quem faz a gestão do time, mas tem o lado profissional. Sou formado em educação física, trabalho há 25 anos como técnico de basquete, e sempre vou pensar como treinador. Esse é um reconhecimento ao técnico de basquete. É legal pelo momento. São os 10 anos do NBB. Tenho certeza que será uma festa que ficará marcada. É meu e do Caxias do Sul Basquete. Mas, claro, tem aquela satisfação pessoal porque é o trabalho do dia a dia que eu sei que faço para termos tudo que temos hoje em dia.
Boa fase
– É um conjunto de coisas. O grupo com os resultados, as mudanças que fizemos e algumas regras que colocamos desde o início. Toda essa soma de fatores tem feito com que o resultado seja positivo. E se analisar friamente, poderia ter sido ainda melhor.
Pelo que o campeonato mostrou, poderíamos estar em uma posição ainda melhor do que a atual. Mas se vê que todos os times acabam alternando, e não teria porque o nosso time não.
Temporada
– Tinha o objetivo de classificar para os playoffs. Essa sempre foi a meta. Desde o início. Hoje o resultado está aí. É satisfatório? Sim. Mas como estamos em um ambiente em que se sabe que pode mais, trabalhamos mais. Isso vai te gerando uma vontade de conseguir mais.
Poderia estar dizendo: “vocês estão em sétimo, legal para caramba”. Sim, mas podemos mais. Pelo que está a competição, poderíamos estar em quarto ou quinto se pegarmos alguns jogos que foram no detalhe. Qual era o objetivo? Chegar nos playoffs? Não é mais. Agora é chegar nas quartas de final. Isso pode nos gerar coisas boas e ajudar todos nós que fizemos parte desse processo. Time e comunidade. Todo mundo ganha.
NBB 11
– Estamos fazendo tudo mais cedo. Já estamos com um projeto pronto, conversando com alguns possíveis parceiros, para ver se até maio conseguimos ter tudo acertado para que possamos terminar esse NBB, descansar um pouco e depois projetar a próxima temporada. Só que tudo isso é trabalhoso, vem junto com os playoffs, tem que pensar nas viagens. Nosso marketing está fazendo um grande trabalho da avaliação de retorno de mídia. Tudo isso ajuda a acelerar e antecipar os projetos.
A cidade e o basquete
— É um compromisso que temos. Até então, o compromisso que tínhamos era conosco e com aqueles que praticavam o basquete. Chegamos em um momento neste ano em que não é mais isso. É uma comunidade que quer um esporte de alto nível, quer ir ao ginásio e assistir a um jogo. A responsabilidade aumenta.
Já estamos pensando como vamos fazer nos playoffs. Ingressos, local, valores. Temos que pensar como fazer tudo isso e continuar crescendo. Também não adianta crescer investimento, projeto e não conseguir atender mais de mil pessoas por jogo e não prestar bem o serviço para quem vem ao jogo. Tudo cresce e tu tens que ir junto.
Aquilo que era bom para uns acaba ficando ruim, se o cara vem para o ginásio e não consegue sentar bem, o bar não consegue atender. São ‘N’ coisas que tem que ficar pensando para o projeto ir adiante.