Enquanto o Grêmio vencia o Pachuca-MEX, pela semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, por 1 a 0, um ex-treinador tricolor visitava o Hospital Pompeia, em Caxias do Sul. Luiz Felipe Scolari, padrinho da instituição caxiense, esteve na cidade nesta terça-feira para conhecer os novos projetos da instituição, como o estacionamento próprio.
Um dia para visitar os pacientes e funcionários da casa, mas também para checar a saúde e a disposição de um senhor de 69 anos, que nem pensa em parar. Em uma breve passagem na Praça Felipão – nos jardins do Pompeia de frente para a Julio de Castilhos – , o treinador recebeu o carinho das pessoas que passavam pela rua.
Antes de assistir a apresentação de natal realizada no espaço que leva seu nome, o treinador falou sobre o futuro, a relação com a cidade, o possível encontro do Grêmio com Cristiano Ronaldo, além da Seleção.
Vínculos com Caxias
- O Paulo Turra, meu auxiliar do último ano e que será um técnico de grande futuro, fez um trabalho maravilhoso conosco. Ele é oriundo de Caxias. Se quero saber as notícias daqui, falo com os amigos. Sempre quero saber de Caxias e Juventude, se estão em condições de subir, qual a situação financeira para investir. Então estou sempre em contato porque sou daqui. Joguei aqui oito anos, sou cidadão caxiense. Mesmo nascendo em Passo Fundo e morando em Canoas, considero Caxias a cidade que me deu condição de ser o que sou na vida.
Grená na calçada da fama
- Falei para o Bagatini agora. Eles me falavam que eu era muito ruim. Eu não podia ser tão ruim assim. O Dante Andreis é que dizia que eu era o rosca. Eu mexi com o Adílson (Batista, ex-zagueiro) aquele dia, que foi um dos escolhidos do Grêmio. Disse “tu jogavas mais do que eu? Não jogava. Porque estou aqui também”. Foi importante para mim. Eu tinha uma viagem para Portugal e cancelei, sabedor desta homenagem que a torcida e o clube me escolheram para aquele momento. Fiquei muito feliz por ter sido lembrado. Sei que não fui um grande jogador, mas um bom zagueiro para o grupo. Tinha comprometimento com a equipe. Então faço o possível para estar presente e para agradecer também. Fica um agradecimento pelo que eles, Caxias, fizeram para mim. Mas é um agradecimento meu, em um final de vida, sabedor de que parei de jogar em 1981, trinta e poucos anos atrás, é bom saber que aquele time do Caxias eu estava incluído.
Futuro da carreira
Não tem nada definido. Tenho algumas situações sendo trabalhadas fora do Brasil e até mesmo dentro do país. Estou pensando ainda e me dedicando à uma situação nova que surgiu em minha vida e em relação a empresa. Dos últimos 18 anos, tenho 14 fora da país. Tenho que organizar a vida, aproveitar o primeiro mês de férias com a esposa e as pessoas que fazem muito tempo que não vejo. Ir à praia, Gramado, que gosto muito de ir. Tudo aquilo que não tive e esperar uma situação que seja interessante e que eu ache que vale a pena, tanto no Brasil quanto fora. Em principio as sondagens são mais de fora do país.
CR7 x Grêmio
- Ele vai lembrar de mim. Eu sempre falava para ele do Grêmio. Provavelmente vai dizer alguma bobagem, porque ele é uma pessoa maravilhosa. Muita gente tem uma visão errada dele. É uma pessoa ótima de trabalhar no dia a dia. Eu vou estar olhando o jogo para ver o que vai acontecer. Não penso que o Real Madrid tenha essa vantagem que algumas pessoas pensam que tem sobre o Grêmio. Não sei não. E ele vai, pela amizade que a gente tem, lembrar e fazer alguma brincadeira sim.
Renato Gaúcho
- Ele está fazendo um trabalho maravilhoso. O Renato vem tendo uma postura que as pessoas podem não gostar, mas ele tem um trabalho de campo excelente. Faz jus a tudo aquilo que queremos que o Grêmio conquiste. Tomara que ele continue tranquilo. Os jogadores estão entendendo perfeitamente o que está falando.
Relação com 1995
- Não dá para comparar com o futebol daquela época. O Ajax tinha Blind, os irmão De Boer, tinha os atacantes de muita qualidade, mas o Grêmio também tinha uma grande equipe. Foi um 0 a 0 e que depois nos pênaltis perdemos. Mas dá para comparar o espírito competitivo. A forma tática que tem jogado muito organizada. O Real Madrid tem três ou quatro personalidades futebolísticas, mas quem sabe, o espírito passe por cima de tudo isso.
Seleção Brasileira
- Ela chega muito bem (na Copa do Mundo). Muito bem organizada e bem definida pelo Tite. Jogando um futebol muito equilibrado. Com grandes possibilidades de conseguir o título. Acompanho os jogos com o mesmo sentimento patriótico que tive. Acompanho com muita alegria.
Felipão 2001 x Tite 2016
- Eu entrei, mas não tinha clamor popular e eu nunca tenho. Faço apenas meu trabalho nas equipes de forma tranquila. Não tenho muita sintonia com vocês jornalistas, vocês sabem disso. A entrada do Tite foi em um momento correto, bem efetuada pela CBF, e muito bem trabalhada por ele, que fez uma equipe muito bem estruturada. E essa equipe vai procurar agora o grande objetivo que é o título mundial. Não será fácil, mas está muito bem estruturada para isso.