Um jogador que vive um ano diferente. Aos 29 anos, mais experiente e em sua quarta temporada com a camisa do Juventude, o volante Lucas reduziu a quantidade de cartões bobos e tem um ano livre de lesões, além de ter sido decisivo para o retorno do time ao G-4. O meio-campista foi o autor dos dois gols na vitória contra o Criciúma, terça-feira, em Santa Catarina.
Lucas ficou marcado em temporadas passadas pela quantidade de cartões amarelos e vermelhos que recebia, e a forma como eles aconteciam. A maturidade atingida neste ano se reflete muito na forma com que as advertências acontecem. Com oito amarelos e um vermelho nos 20 jogos que atuou no campeonato nacional, os chamados cartões infantis, por revide a adversários ou reclamações exageradas, não fazem mais parte da rotina do atleta.
— Era um cara muito explosivo. Errei bastante aqui no clube. Mas, nesse tempo que estou aqui, aprendi muita coisa. Quando acabou a Série C e fui de férias para casa, minha mãe conversou comigo e disse para eu voltar para cá e ficar mais tranquilo que as coisas iriam acontecer. Eu não precisava ficar xingando dentro de campo e só batendo. Eu ouvi ela. E é sempre bom ouvir mãe e pai. Estou mais tranquilo esse ano — disse o jogador.
Os conselhos de dona Ana Maria de Abreu foram ouvidos pelo filho, e a participação do volante, que começou na reserva o primeiro jogo do campeonato, tornou-se mais efetiva e decisiva.
Além dos gols contra o Criciúma, Lucas havia marcado o primeiro da equipe alviverde no empate contra o Figueirense, em 2 a 2, pela 18ª rodada. Além disso, contribuiu com duas assistências. O sistema tático utilizado por Gilmar Dal Pozzo tem ajudado também o crescimento ofensivo do jogador.
— Facilitou porque tem a linha de quatro mais o Fahel para defender e o Gilmar fala que tenho bastante liberdade para chegar na frente. Na verdade, a gente gosta de atacar e fazer gol. E graças a Deus está dando tudo certo — admitiu Lucas.
Além de mais calmo, Lucas tem se lesionado menos. Ou melhor, na Série B não teve nenhum problema por lesão. Nos jogos que ficou de fora, exceto as suspensões, foi por preservação de Dal Pozzo. Os anos anteriores foram difíceis para o atleta. Em 2016, chegou a ir para o Corinthians realizar avaliações para reduzir as contusões.
— Em 2014, dos 18 jogos da Série C acho que atuei em uns 17. Em 2015, quando voltei, começou esse processo de lesão. As críticas doíam. Eu não conseguia jogar três partidas seguidas, mas não sabia o que estava acontecendo. Todos no clube me dando apoio e eu também acreditei. Falei “isso não é eterno, vai passar”. Ano passado, atuei mais, foram 33 partidas. Esse ano não machuquei e nem vou machucar. Estou vivendo um momento muito bom com os companheiros e com o clube — concluiu o camisa 7 alviverde.